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11.10.04

O fenómeno

Há já uma imensa quantidade de convertidos (uns mais confessos do que outros) às aventuras do mais completo exemplo do arquétipo da vida fácil, colorida e cintilante dos "poorly-born, yet glamourous" no mais recente reality-show da televisão aberta e independente. O fulano oscila entre o exibicionismo compulsivo e a megalomania exacerbada e é, até, possível que se faça de bicha, sabendo eventualmente que não há melhor maneira de satirizar tias do que usar o modelo dragqueeniano e híbrido que lhes realça os tiques.

As televisões abertas e independentes oferecem-nos, agora, o inovador faggot-entertainement, um sub-género de lixo televisivo que, por ser novidade, ainda é atraente. O tipo será idolatrado como o foi o Zé Maria, e terá, eventualmente, o seu programa na televisão; depois, como de costume, desaparece. Entretanto, o seu público, também aberto - embora pouco independente, caminha em passos constantes para o absurdo estético, para o culto do primário, do desaprimorado. E dá a razão bastante para a existência de televisões abertas, que se sustentarão enquanto houver alienados, como o andrógino da Quinta - o produto do desperdício.

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