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13.10.04

Episódios, milagres e o meu aniversário

Aqui venho, contrito com a minha ignóbil escassez de escritos, dizer qualquer coisita de inútil:


1 - O episódio "Prof. Martelo" - Há uma pergunta que me assola em todo este folhetim:

Porque é que o Martelo está calado?

Se alguém arranjar uma resposta convincente para esta pergunta tão simples, eu talvez possa finalmente formar opinião sobre o que se passou.

2 - O episódio "Dr. Santana" - Em momento de aperto, criado pelo seu mestre, ampliado pelo "sempre preocupado" PR, o PM dirigiu-se ao País. Para anunciar que vai baixar impostos e subir pensões. Deve haver uma Santanette que descende em linha recta da Evita Péron.

2a) - E o curioso é que, em bom rigor, o episódio Martelo é irrelevante, quando comparado com isto. Mas em política, um governo pode cair por causa de um "fazedor de factos políticos que não existem", mas não cai por causa de um "Primeiro Ministro com tiques de Hugo Chavez". É pena.

3 - O episódio "José Castelo Branco" - Não tenho nada contra maricas, verdadeiros ou falsos. Causam-me instintiva repulsa, é certo, mas nada tenho contra eles. E não sou homofóbico, porque se a actividade sexual entre dois homens é coisa que me causa nojo, o mesmo não é verdade no que respeita à actividade sexual entre mulheres, que não me enoja mesmo nada.

Esclarecido que não tenho nada contra maricas e que não sou homofóbico (se é que me entendem), cumpre-me dizer que, depois de vários dias a ser alertado para o facto de que estava a ocorrer em Portugal um novo fenómeno televisivo (a que eu estava alheio, por não ver televisão, como já em tempos aqui confessei), vi finalmente um excerto do programa e um pouco do tempo de antena concedido àquele andrógino personagem .

Primeiro, achei o que já tinha pensado que iria achar: uma figura anormal, que é assunto por ser anormal. Até aqui, nada de particularmente diferente de qualquer programa de entretenimento cujo tema sejam aberrações da natureza.

Depois, e à medida que ia ouvindo as alarvidades que o personagem ia dizendo, cansei-me do assunto. Não sem antes registar que ele diz "noblesse oblige" duas vezes em cada três frases. Saberá francês? Não me parece. A certa altura, referindo-se a uma fulana que também por lá anda a fazer pela vida, apelidou-a de "Grand Vedette". (Ele só disse "Gran", mas assumo que, se lhe pedissem para escrever, lá poria um "d" no fim).

Enfim ... não sei se é de eu ser provinciano, mas - tirando o factor "curiosidade ante uma aberração", cujo efeito passa depressa - não percebi que interesse possa aquilo ter.

4 - O milagre da multiplicação dos Tios - Não sei se no Porto (ou mesmo na Régua) é assim, mas aqui em Lisboa não há cão nem gato que não descubra, de repente e a partir de meados dos trintas, que é "Tio" de centenas de crianças e jovens. Eu, por enquanto, vou insistindo com os meus filhos que "Tios" são só os meus irmãos/irmãs e cunhados/as. E vou insistindo com os filhos dos meus amigos que me tratem pelo meu nome próprio, que eu não me importo.

Mas aqui há dias, e a propósito disto, disse a uma pessoa que acha que "Tio" é que é fino e que qualquer outra coisa tem "falta de nível", o seguinte: "Só se fôr porque nos aproximamos de uma sociedade verdadeiramente interclassista. Antigamente, as classes sociais ditas superiores distinguiam-se por saber falar francês, e nas ditas inferiores é que se chamava Tio a toda a gente (estilo: "Tizé, TiManel, Ti Maria"). Hoje, ninguém com menos de 30 anos - filho de "dotores e engenheiros" - aprendeu a falar francês, mas chama "Tio" a toda a gente.

ehe ... se percebessem o tipo de pessoa a quem eu disse isto perceberiam porque é que acertei na "mouche". É o género de dizer "noblesse oblige" de vez em quando, não sei se estão a ver ...


5 - Faço hoje 40 anos. Na iminência do nascimento de (mais) uma filha. Que terá a minha idade no ano em que eu farei - se vivo ainda - 80. O que significa - entre outras e não menores consequências - que não terei tempo para "pantufas", em casa ou fora dela, antes de atingir meados dos meus 60.

Há quem se preocupe em se manter jovem indo ao ginásio. Eu, sem me preocupar muito, trato dessa manutenção de cada vez que regresso a casa. No mais, remeto para o que escreveu o besugo àcerca dos seus regressos e do que os seus filhos neles significam. É que ele explica melhor essas coisas do que eu.

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