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15.9.04

O Damas

Fez ontem um ano que morreu o Damas. Passou grande parte da sua carreira a ser preterido por Manuel Galrinho Bento, na baliza da Selecção Nacional. Outro grande guarda-redes, o Bento. Felizmente ainda vivo.
Nunca teve, Vítor Damas, nenhum coro de defensores compulsivos, como outro Vítor (o Baía) agora tem. Eram outros tempos. Outras conversas. E o Damas era, como Baía é agora, mais esbelto que o seu rival de então. Até este paralelismo póstumo tem significado. Era mais futebol.

Sacana do Damas. Uma tarde, nas Antas, não me lembro em que ano da década de 80, o Sporting eliminou o Porto com um golo de livre dum médio chamado Mário, um brasileiro que era conhecido pelo "queixada". Só esteve um ano no Sporting, mas eu vi.

O Damas, que estava a ser provocado pelo "antigo tribunal das Antas" - o Porto tinha, como sempre teve desde o final dos anos setenta, uma grande equipa e adeptos e dirigentes truculentos- , quando foi do golo, resolveu festejar com os "amigos do tribunal", simulando acariciar as partes pudendas. Foi assim que me pareceu, pelo menos, ao longe.

Aquilo deu incêndio emocional, pancadaria no fim: à saída, tudo o que fosse verde e branco levava no focinho (eu não ia trajado, sempre fui contra praxes... e safei-me).

Que prova isto? Nada. Foi uma coisa menos politica-e-desportivamente-correcta que me lembrei que o Damas fez. Fácil era lembrá-lo, ao Damas, apenas, por ter sido um grande guarda-redes e um bom homem.

Pensando bem, o que acabei de contar não o apouca: é purpurina tardia.
Gostava dele e basta isso para eu ter um bocadinho de razão.

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