Fico lixado, bolas!
Estou dorido. Detesto Setúbal e os setubalenses.Não. Não detesto nada.
Detesto é ver o Sporting jogar mal e, ainda por cima, perder.
Ao menos que jogasse bem, perder jogando bem é perder na mesma, mas a gente fica mais ou menos triste e mais ou menos contente, ao mesmo tempo. Fica-nos uma espécie de esperança para a próxima. Assim é uma tristeza, olha-se para aquilo e não se vê como é que pode ser melhor em próxima vez nenhuma. Admito que ganhar jogando mal também me conforta. Assim esta pasmaceira triste é que me dá raiva.
Falta ali muita coisa. Sobeja medo e ensimesmamento. O Garcia é nervoso, tenso, ensimesmado. O Hugo tem olhos de desgraça, um desgraçado que faz o que pode mas usa olhos de quem só pode aquilo. E ensimesma-se. O Pedro Barbosa (ah!, grande Pedro, que não jogaste uma merda, hoje) esteve amuado, amuos de quem, às vezes, já não pode senão ensimesmar-se, amuado. O Pinilla deve poder, mas é preciso mudar-lhe uma consoante ao verbo para ele se motivar. Tende a inseminar-se. Desculpem, a ensimesmar-se. O Niculae suspira por uma luz, que não lhe aparece. Não a há, realmente. Mas ele também não a procura, ensimesmado que anda. O Rogério é bom mas não lidera, não pode, chegou agora, anda ensimesmado naquela ceifa de mau ceifeiro: espiga que fica, alguém que a apanhe. Safa-se o Polga, mas já anda a ameaçar assobiar para o lado, ninguém aguenta tanta modorra sem se amodorrar. Sem se ensimesmar
O Paíto tem raça mas ainda é só o Paíto, é um puto. O Rochemback está tão gordo que quando puder começar a jogar vai ser preciso ligar o slow-motion a qulquer Moreirense para ele se impor. Estes não se ensimesmam. Mas que importa? Uma andorinha (e um peru gordo à espera de Outubro) não faz a Primavera.
E o Peseiro vai-me tirar o Tinga, o único líder que agora temos? Feio, todo ele inestético à volta dos dentes, mas líder? O verdadeiro jogador da bola?
Eu quero ser treinador do Sporting durante os jogos, a sério que quero. Levo de graça. Por favor, deixem-me ser eu a comandar os jogos do banco. Eu prometo que não sou o Álvaro Magalhães. Que não faço Loureiradas, nem telefonemas para as namoradas dos imbecis das claques. Tenho alguma educação, sou telegénico e não sou de peixeiradas. Garanto que leio todas as estatísticas que o Peseiro e o Caixinha gostam de fazer. Que analiso maduramente as taxas de passes errados do Hugo Viana e do Liedson, essas coisas importantes de que o Maradona (que vai morrer em breve) se riria aos soluços se tivesse decidido ser treinador do Boca. Asseguro que acredito na metodologia do treino: não peço para os treinar, que não sei. Eles que treinem com o Peseiro, e assim. Eu só queria era estar no banco no dia dos jogos, juro que aquela cambada de canalha ensimesmada e cheia de medo ia jogar melhor. E, quando perdesse, se perdesse, não haveria clone de besugo nenhum a ter moral para vir aqui dizer coisas destas. Porque iam jogar bem.
Que provas tenho disto? Nenhumas. Isto ainda não é um tribunal, pois não? Os tipos têm tanto medo nos olhos que ainda vão arranjar maneira de ser eliminados pelos parolos do Rapid de Viena, aquela equipa austríaca que, fora lá da parvónia deles, só ganha a quem não lhe sabe ganhar.
Bolas. O problema do Sporting é que às vezes parece que não sabe. O meu problema é que, às tantas, não sabe mesmo.
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