blog caliente.

15.7.04

Clint, realiza isto em sépia, anda!...

"- Portuguesas e Portugueses: eis-me de volta. Por motivos que se prendem com o caraças da imponderabilidade da política (sim, que não há gravidade nenhuma na esfera política!), melhor dizendo, da euro-política (vocês não entendem, eleitores, limitem-se a acreditar em mim, foi uma cabala, pronto), não fui eleito para ser aquela coisa que vocês queriam que eu fosse, lá fora. Sim, porque seria uma honra, sobretudo para as Portuguesas e os Portugueses, que eu tivesse chegado a ser aquilo que os senhores, de facto, queriam que eu tivesse chegado a ser. Ó Nogueira Pinto, versão esposa: estou a ficar com um discurso parecido com o teu! Notaste? Tás boa? E o feio dos óculos com quem casaste? Pois, esse não...
Bom. A verdade é que cá estou. E, que eu saiba, eu sou o primeiro ministro verdadeiramente eleito pelos portugueses. Aquilo que os senhores despoletaram, duma forma que me parece variar entre o generosa e o egoísta (sim, a honra que seria para vocências, não se esqueçam disso!), a crise que os senhores arranjaram com a vossa mania de me quererem ver a representar-vos nas mais altas instâncias da estância europeia, essa crise, transforma-se, de imediato, numa não crise. Estou aqui, senhor Presidente da República, Povo! Suspendei tudo. Eis-me entre vós, valsando, pleno da minha habitual pujança de estadista experiente e experimentado. Experimentei, de facto, mas não deu. Correu-me mal. Mas agora estou aqui, rejubilemos.
Uma não crise resolve-se como se fosse uma crise: um País devolvido ao seu líder, Lisboa ao seu destino, Bagão Félix na pasta dos pobrezinhos e Morais Sarmento à direita do Pai (voltei, filho!), tudo isto decidido pelo Senhor Presidente da República, após ouvir os sobreviventes. Aliás, eu só voltei porque intuí, generosamente, que Vossa Excelência decidirá como eu imaginei.
Ó, imaginação! Ó, temperança! Ó, recordações de mim, lá em Valpaços! Que bem me sinto, apesar de tudo, grosso talento eu tenho para a reequação de mim!

Considerem-se abençoados: não há como a nossa casinha comigo dentro, de pantufas."

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