blog caliente.

24.6.04

Calmarias

Nunca fui de festejos. Sou mais de crenças e descrenças. Mais de crenças.
Os ingleses têm uma equipa fraquinha, já se sabia. Deram luta. Quando um tipo (ou um conjunto de tipos) tem sorte, disfarça a falta de jeito. Não jogam grande coisa, a verdade é esta. São o povo mais feio do mundo (há alguns tipos em Lisboa que são mais feios mas, por intrínseca motivação, preferiam ser ingleses, por isso não faz mal que eu diga isto) e, além disso, de entre os tipos que jogam mal à bola, são os que pensam que jogam melhor. Só isto já transmite uma paz do caraças e dá gozo. Um inglês a cantar "Rule Brittannia" não passa dum tipo coradinho a antecipar um requiem, um prelúdio de mais uma derrota. A vida não é, felizmente, dos contentinhos. É de todos, "à chacun son moment; il faut savoir l'attendre".

Percebi, finalmente, o que significavam as plantas dos pés de Rooney na fotografia do "Sun". Escusavam era de ter tido tanto sentido de humor, estes britânicos, que a gente ria-se na mesma sem a exposição de misérias. Era por ali que o rapaz ia partir? OK, damn´wise brits!

Voltem em Agosto, sim? Quarteira espera-vos. Deixem Albufeira em paz, for Christ's sake! E se forem para Vilamoura, lavem-se!

Do papel de Rui Costa no jogo não falo: a quem, de má fé, resolver dizer-me que falhou um penalty, eu respondo com o silêncio do golo que o Rui marcou e com a certeza da tranquilidade mandona que transmitiu aos putos.

Do papel do Ricardo, o guarda-redes que esteve lá, também não falo: a quem, de má fé, resolveu ir bufando que não servia, que havia Vítor Baía (e havia, e há, qual é a dúvida?) eu respondo com o silêncio sepulcral do próprio silêncio. Não é que eu tenha razão: é que não deixei nunca de a ter.

Do Ricardo Carvalho não falo, mesmo. Não se deve falar de jóias, nestas alturas, nem em altura nenhuma. Já está tudo dito.

Sobre Figo: ser imprescindível não quer dizer ser Deus. Se pudesse, dava-lhe um abraço, ao Luís Figo. Que não é Deus, mas é preciso. É fundamental sermos precisos mesmo quando calha não sermos os melhores.

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