Senhores e Doutores
Lolita, como de costume, baralhaste tudo.Uma coisa é discutir o costume português de usar dê - erres e outras coisas do género no trato com licenciados.
Outra coisa é verificar que, ao contrário desse costume (goste-se ou não, goze-se com ele ou não), um juiz trata um arguido de modo diferente.
Porque é que o faz? Será porque acha, como a Lolita, que é uma parolice portuguesa o uso do dê-erre?
Se fosse por isso, até podia estar bem.
Mas não é.
É para marcar, melhor, vincar, o estatuto inferior daquele a quem se dirige.
É disso que fala o Miguelito e, se puseres mais de metade do cérebro a funcionar por um dia, até tu entendes isto (hehe).
A meu ver, se a mim me fizessem isso, nas circunstâncias em causa, eu exigia uma de duas coisas:
a) trate-me por "senhor arguido", e eu trato-o por "senhor juiz"
b) trate-me por "senhor", mas receba de mim o mesmo tratamento.
A hipótese "a" é a formalmente mais correcta. A hipótese "b" era por admitir a hipótese de o juíz, na verdade, não gostar de chamar nem de ser chamado "doutor".
Talvez que a despreconceituosa Lolita, se fosse juiz, aceitasse de imediato qualquer destas hipóteses. Duvido que a generalidade dos juizes o fizesse.
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