Outra vez a praxe
A grande saga académica continua! Os futuros dirigentes do país, quando não estão a entregar papel higiénico nas reitorias ou nos ministérios, ou a apanhar grandes nardas em cervejarias e assim, dedicam-se à praxe. A praxe é uma coisa sem a qual, verdadeiramente, não se consegue conceber uma academia. Pelo menos uma academia credível, em que os valores tradicionais (a buba, a capa, o efe-erre-à, a buba, a capa, não pagamos, a buba... que mais?) sejam conservados.Parece que lhes tem dado, agora, aos puristas da “praxis”, para observar os genitais dos caloiros. Das caloiras não sei, talvez também seja uma ganda nóia a exposição púb(l)ica da vulva caloira. Mas não há relatos fidedignos. Pelo menos por enquanto.
Tudo se passou em Coimbra, como não podia deixar de ser, que é uma cidade com grande tradição universitária, até porque o próprio Alberto João lá se licenciou.
OK, isto é desonesto. É a brincar.
Agora o que parece ser sério e preocupante é constatar a ganância dos veteranos universitários de Coimbra, sobretudo os mais ligados às engenharias, por avaliar os genitais dos caloiros. E quando digo avaliar, não é só olhar! É pendurar-lhes coisas, metê-los na água, eu sei lá que mais! E onde mais!
Ora isto, ao contrário do que veiculam alguns sectores mais "bota-de-elástico" da nossa sociedade, é salutar. É pedagógico! É académico! É, até, profiláctico!
Senão, vejamos: o caloiro chega ali convencido que é gente. Vai ali armado em cão com pulgas. E o veterano, que tem experiência, que anda ali a marcar passo apenas porque a sociedade se encarrega de lhe provar que marcar passo é bom (quando não, corria-o dali, directamente, para o amanho da terra ou para a estiva), logo ali lhe ministra sua dose de pedagogia: tu julgas que és gente, mostra a pila! É lógico, rima com pedagógico, por isso é bem... até do ponto de vista sociológico! A propósito, pila rima com argila, e nas Caldas há faianças que, não sendo de argila, poderiam ser úteis na praxe. Fica o alerta ao Dux. A vaselina, é na farmácia...
E há lá coisa mais académica que obrigar o caloiro a baixar as calças e mostrar o vasilhame? Não há! O caloiro, em expondo a sua tímida gaitola, fica imediatamente penetrado da filosofia universitária vigente! É-lhe logo ali ensinado, em traços firmes, que mais vale mostrar os vigores aos colegas do que aos lentes! Aos lentes, as fraquezas! Vai daí, o caloiro imbui-se daquele espírito empreendedor que o transformará (honra inaudita) num veterano, em tempo competente. E já vai compondo a braguilha berrando não pagamos, muito catárctico.
Por outro lado, expor a genitália ao veteranato é profiláctico. É que não estão ali só veteranos. Também estão veteranas e caloiras. Que podem, desta forma, observar com atenção e algum detalhe o potencial vergueirense do recém-chegado. Evitam-se, assim, desilusões e más noitadas, porque deixa de fazer sentido que a Sónia Cristina saia com o Diogo Rafael, a ver o Matrix, ou outro filme desses, de culto académico, a menos que esteja ciente de que vale a pena comprar dois bilhetes de segundo balcão, fila de trás.
Só vantagens. FRA!
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