As cores da vida
Tenho dentro de mim uma tal contradição cromática que me pergunto porque não podemos, unilateralmente, estabelecer as cores daquilo de que gostamos.Porque não poderia eu decidir que o vermelho Ferrari passasse a ser azul Ferrari ou que o verde das vinhas do Douro (mesmo quando vira para aquele vermelhão outonal...) passasse a ser azul...?
Talvez para não ser monótono ou, quem sabe, para alimentar esta vontade de contrariar que me faz escrever estas linhas.
De facto, gosto muito do azul, do azul superior, do azul maior. Talvez por ter nascido à beira mar...
E nem os desmandos de qualquer Costa me fazem vacilar neste gosto, muito menos os do Jorge, rapaz alto e espadaúdo que, por um momento de deslize foi "papado", pelo João Tomás.
Pelos vistos o outro Costa (será primo do Jorge ou até do Jorge Nuno Pinto da dita? talvez a PGR devesse investigar o parentesco...) não achou bem e anulou o resultado do deslize. Mal, mas anulou. Não por decreto, nem por portaria, apenas por apitadela mas anulou.
Estava com o apito virado para o lado errado, como o Manaca estava com a cabeça virada para o lado errado em 1980 quando ofereceu o título ao Sporting no mesmo estádio.
No fim da SuperLiga faremos a contabilidade mas palpita-me que, tal como no ano passado, vai ser sem espinhas.
Tal como o Michael Schumacher (esse arquétipo das minhas contradições cromáticas), que também é de uma desonestidade intelectual a toda a prova, apenas porque é o melhor, vai limpar o sexto título mundial na terra dos gringos e mostrar de que é feito o rosso Ferrari.
Ou talvez como o Douro que, agora que a vindima se escoa pelos lagares, vai perdendo aquele verde maior que tudo e se transforma no azul...perdão, no vermelhão que há-de voltar a ser o verde mais azul que se pode desejar.
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