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27.9.03

Onde está o ódio, afinal?

Descobri, há relativamente pouco tempo, este lugar. É dum colega, que percebo ser, talvez, mais velho, mas que deambula comigo pela labuta hospitalar, quase de certeza na área médica, a julgar pela observação de casos de AVC, que escapam, em regra, à actividade dos cirurgiões. Será internista, como eu? Não sei, nem interessa para o caso.

O caso é que, por diversas vezes, tem colocado olhares e "betadines" certeiros em feridas abertas e conspurcadas por outros, feridas que andam aí a céu aberto em purulências ogulhosas, à espera de cicatrizações acidentais.
A lucidez calma com que tem abordado, entre outros, o problema dos genéricos e das contradições na área farmacêutica, por exemplo, valeu-lhe uma reacção destemperada dum esganiçado qualquer. De meco a homenzinho, de clinicozeco a escriturário de receitas, de arrogante a funcionário público mal pago (e, por isso, insultável?), de corrompido pela "outra" indústria, a que investiga e produz os remédios que as farmácias se limitam a transaccionar, a diplomado de segunda, tudo lhe foi arrimado, de forma pestilenta e odiosa.

Sim, caro colega, fique ainda mais seguro do que diz: a gente sabe muito bem em que parte está o ódio. A gente vê-o bem daqui, sente-lhe mesmo o cheiro. Mas peço-lhe, repito, que fique ainda mais certo daquilo que já sabe: o ódio e a intolerância não estão, seguramente, entre nós. E nos seus escritos, que leio sempre que posso, muito menos.

Receba as nossas simpatias... e boa urgência, quando for o caso.

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