blog caliente.

19.6.08

Esguichos de besugo (e que se lixe a análise à selecção alemã)

Por razões que me abstenho de explicar, a final do Euro 2008 será um excelente e irritante Portugal -Itália.
Isto não é óbvio para toda a gente, admito, mas quem já viu (como eu vi) o Carlos Abreu Amorim a defender que o caso da catraia e do telemóvel é "uma coisita para não ultrapassar o conselho executivo da escola, não, mais que isso não, não, não" - assim mesmo, com aquele aspecto monolítico que ele possui e exibindo, sempre, aquela expressão imutável de quem "tanto me faz dissertar sobre o tratado de Nice, como sobre uma gaja boa e certamente amblíope que eu, eventualmente, tivesse papado em Nice", e quem já viu (como eu vi) um e-mail recebido duma leitora (espera-se que seja leitora ocasional, para bem de todos) deste blogue, em que reza mais ou menos que "olhe que eu já estive a 50 cm do Shweinsteiger e ele é bem giro!", quem já viu este género de coisas, dizia eu, está-se teorica e praticamente nas tintas para o que é ou deixa de ser óbvio para outrem e, ainda por cima, está-se nas tintas duma forma profundamente preconceituosa.
Ou seja: não é óbvio para os senhores, às 15h30m de hoje, que a final do Euro será um excelente e irritante Portugal - Itália?
Problema dos senhores.
Quanto à senhora do e-mail, para além de me divertir ( e de se ter divertido ela, espero eu, eu não sou nenhum boi sisudo, valha-me Deus!) perturbou-me um pouco. Parece-me o tipo de senhora capaz de me mandar outro e-mail em que afirma, desta vez, ter estado a 50 cm do Carlos Abreu Amorim, e que ele também é "bem giro".
Mesmo sem ter a certeza de vir a receber este segundo e-mail considero a probabilidade bastante elevada. Estou numa espécie de alerta laranja. Sugiro, portanto, à leitora que se afaste um pouquinho mais das pessoas a quem quer apreciar a fronha, por dois motivos que me parecem bastante preocupantes:
1 - Enxerga notavelmente mal ao perto. Penetre-se disto: ao pé do Schweinsteiger o Petit é o Roque Santa Cruz.
2 - Já vi relações sexuais sem protecção, por exemplo no Senegal e em certas zonas das Guinés e do Burkina-Faso, começarem a acontecer estando os parceiros situados a distâncias mais longas do que 50 cm. Proponho à leitora que não se aproxime tanto, por exemplo, do Koné. De nenhum deles. Sim, há mais Konés do que a leitora suspeita. Dê-lhes ao menos um metrinho (a menos que queira molho).
E, mesmo do Carlos Abreu Amorim... enfim, cuidado com isso.
Dê-lhes sempre um metrinho. Dois, vá. Três, nunca.

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