blog caliente.

7.5.08

Fica dito (*)

Vamos ver se nos entendemos: eu sei alguma coisa de pensamentos, pecados, actos e omissões.
Sei de pensamentos que desencadeiam acção, de acções que são pecado, de pecados pensados mas omitidos e, mesmo, de omissões activas que não se pensam. Pensem os senhores no resto, que há aqui muitas mais variações desta matriz "de quatro".

O Zé, que tem doença má no fígado e nos ossos - e que nela se consumiu muito depressa -, anda agora enredado nas percentagens de sucesso e de fracasso a que, regras da qualidade americana, o seu "consentimento informado e expresso com detalhe" nos obriga. A ambos.
Se acho isto mal? Não. Nem bem.
Nem bem, nem mal: é, simplesmente, agora, a regra. Um desgraçado que, de palavras e probabilidade estatística pouco sabe - mas sabe assinar o nome! - , doente e fraco, ali, a decidir de si, quando a questão assume já contornos carregados de "risco-benefício", numa espécie quase sádica de exercício de papel que se assina, já com a alma a morrer também, sobre a esperança de morte, uma "janela de inoportunidade transformada em exemplo de civilização".
Cumpra-se a regra: a regra é, andam a ensinar-nos em múltiplos papeis - paridos às resmas - a basezinha sólida da "qualidade". Em breve, cada pessoa terá de contratar, além de sopeira em "full-time", mordomo especializado em leitura e interpretação de "normas e procedimentos". E, quem sabe, adquirir serviços de americano adjacente, para não haver mais trevas nem entraves no processo de "normalização".
Isto não tem interesse nenhum para mais ninguém, só para o Zé e para mim. Escrevi isto há uns dias, depois pus no "rascunho", hoje reli e fica, de vez, ao léu.
E acrescento, mesmo que haja quem me leia só para depois me acusar de retrógrado, inadaptado ou imbecil: não, não concordo - acho-as uma humilhação, até - com "acreditações de qualidade" fornecidas por empresas de países que são menos civilizados do que o meu, como é o caso dos EUA.
(*) suprimi algumas interjeições

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