nem em lugar nenhum
Foi-se ontem, a Rosa. Morreu como um passarinho, disseram-me ao telefone. Não sei bem como é, mas se for como quando eu era canalha e andava às chumbadas aos pardais, morrer como um passarinho deve ser uma espécie de agitar de asas breve, um pio mudo, antes de cair num baquezinho surdo.
E foi-se hoje embora a Graça. Também como um passarinho, dirão. Mas não. Foi pior que isso, foi menos campestre, sentiu a falta de ar. Sentiu o cheiro do estrume mais inútil, o do fim: aduba o quê, o estrume do fim? nada, só a pena e o cheiro dela. Pena de pássaro, pena de penar, cheiro da pena.
E foi-se hoje embora a Graça. Também como um passarinho, dirão. Mas não. Foi pior que isso, foi menos campestre, sentiu a falta de ar. Sentiu o cheiro do estrume mais inútil, o do fim: aduba o quê, o estrume do fim? nada, só a pena e o cheiro dela. Pena de pássaro, pena de penar, cheiro da pena.
E está para breve o Fernando. Anda para breve há três semanas, complicações de sangue e de falta de milagres.
São os três de que me lembro de repente. Isto é penoso.
São os três de que me lembro de repente. Isto é penoso.
Isto já não me serve de nada, escrever aqui.
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