blog caliente.

11.2.07

Da luz



E foi como se se acabasse uma noite longa e fria e muito cinzento-escura, uma noite maligna que estivesse sempre a fazer perguntas beatas retorcidas e cinzento-escuras, muito difíceis para serem respondidas por qualquer pequeno sol nas cores simples do sol, uma noite sempre a murmurar, de boca ao lado ou de gravata berrante cinzento-escura, de óculos finos ou grosseiros, cinzento-escuros, que "quero ver é amanhã, como é que é, quero ver!", sempre a mesma desconfiança da pureza, a suspeita da pureza, que a pureza como que se suja nas bocas ao lado, desdenhosas, é como nos ministros, como em alguns ministros, isto é como acontece com alguns padres, isto dos ministros, evidentemente, e o grunho que ministra agora saiu cedo, pela direira baixa que tenta disfarçar, mas ficámos nós, eu e a minha janela, uma janela que estava ali cinzento-sépia, castanho-sépia, ficou assim, vitral garrido da minha garridice antiga, vitral feito por mim do que consigo ver e vejo quase tudo.
Que o sol está sempre lá, no sítio dele, nem em cima nem em baixo, está lá, sempre lá, tapado ou posto ao léu, mas ignorá-lo é estúpido e saber que está lá é muito bom.
Posted by Picasa

View blog authority