O saber não ocupa lugar se for pequenino (3)
Aquele actor americano que parece sempre que está a ressacar uma disenteria, o Sean Penn, foi entrevistado por um jornal qualquer, aqui há atrasado. Sei que foi numa sexta feira porque jogava o Sporting. Ou numa terça.O repórter perguntou-lhe se tencionava vir a fazer, ainda, um grande filme (parece uma pergunta dos apanhados, sim, eu também pensei nisso). Perante o silêncio de Penn, que esboçou uma expressão ainda mais jejuno-ileal do que costuma, o repórter acrescentou que "bem, para mim o Mystic River já foi grande demais, se quer que lhe diga...".
E agora? Quem paga a conta da clínica onde Sean deu entrada, em estado catatónico?
Acertaram. Manoel de Oliveira já se ofereceu. "Logo que acabe este filme que agora estou a fazer, vou fazer um com esse "dread"; e dos grandes: nunca menos de seis horas. Não deixem é que o tipo saia desse estado basicamente cataléptico, a ver se não destoa muito da minha filmografia "standard"; sim, preciso mesmo dele, mas tem de ser assim conforme está, que eu já tenho um papel pensado para o Cintra, para doze sobrinhos, sete netos e uma gaja qualquer que agora não me lembro. Sim, um papel para todos, que aquilo cansa muito...Sim, vai ser, no fundo, uma espécie de "Duelo ao Sol", mas como filmamos no Verão e começamos cedinho temos pano para mangas".
<< Home