Fim de tarde na Lego Racers
Há muito tempo, há mais de dois anos, de certeza, que não o jogávamos, o que, para quem existe há menos de uma década, são, ainda me lembro, uma eternidade. Tivémos, até, de reinstalá-lo no computador (em spanish, por exigência dele, o que não me pareceu mal pensado), a torcer para que o computador não fosse caprichoso, como da última vez, ao abrir uma caixinha que dizia que "o windows não consegue abrir o ficheiro", finalizando com um seco "finish".
Desta vez correu bem e ele sorriu, satisfeito, assim que nos surgiu no ecran a página do menu principal. Escolhemos os pilotos: eu, a Joana D'Arc, que corre com uma espécie de carroça automovente, ele o Turbo Racer, poderoso piloto detentor de um carro aerodinâmico com vistosos aillerons. E iniciamos a corrida. A pista, um circuito misto de terra batida e de piso em traves de madeira, é sinuosa e difícil. Acelero o mais que posso; apanho uma peça verde de Lego, que permite atingir velocidade mash 3. São seis os pilotos e o sacanita vai à frente mas, com o meu poderoso turbo, em dois segundos tomo-lhe o comando. Por pouco tempo: ele apanha uma peça vermelha e ataca-me com uma bomba. O meu carro vai pelos ares, ó miséria. Já nem sei para que tecla me vire. Estamos na última volta, estou em último lugar e ele ameaça dobrar-me. Retomo a corrida - consegui, finalmente, correr na direcção certa, raios partam as teclas e o frenezim. Apanho a pedra amarela e lanço óleo na pista. É golpe baixo, claro, mas resulta em cheio. Ele espatifa-se contra um muro e, pronto, perdemos ambos.
Como só há uma cadeira e ambos tivémos preguiça de ir buscar outra, ele jogou sentado ao meu colo.
Amanhã há mais, que ele hoje já dorme a sono solto.
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