Pronto.
Dias da Cunha não tem razão quando diz que o problema do Sporting tem que ver com a comunicação social. Leia-se "os jornalistas".Ontem, na derrota com a Académica, ouvi de tudo. Verdades evidentes (mas ainda bem, é melhor que sairem coisas de jerico) e perfeitas idiotices de quem não percebe patavina daquela merda.
Parece que descobriram, finalmente, que o maior equívoco da defesa do Sporting, quando não da equipa toda, há vários anos, se chama Beto. Nem sequer é um caso invulgar de falta de personalidade competitiva (há mais assim), mas é um dos mais gritantes exemplos de inaptidão para a liderança dum jogo colectivo que já vi. Não é pecado, ele é assim, merece viver uma excelente, longa e feliz vida, não é isso que está em causa. Não pode é ser capitão de nada. Já como general consigo imaginá-lo, tem piada. Como capitão, não. E puseram-no lá. Por mim não jogava e estava fora do Sporting há alguns anos. É a minha opinião.
O mesmo comentador (jornalista, presumo) que disse isto afirmou, depois, outra verdade que só não vê quem não quer: não parece haver qualquer tipo de comunicação, de empatia, de solidariedade entre os jogadores do Sporting. Quase todos parecem jogar sozinhos, cada um por si e para si. Não são todos, concedo. Mas o Beto é um deles.
Isto é normal e costuma acontecer na ausência de uma de duas coisas: de liderança ou de bons princípios. Ou, mesmo, na ausência de ambas. Ver-se-á se tenho razão, quanto a esta história dos bons princípios, quando correrem com o treinador (deve estar para breve) e vier outro.
Ainda o mesmo comentador (provavelmente jornalista), que tinha estado acutilante até ali, estragou tudo, ao afirmar, num lance em que a Académica desceu com muito perigo, em superioridade numérica, julgo que após uma perda de bola (mais uma) de Sá Pinto (outro caso flagrante da síndrome "que é que este gajo anda ali dentro a fazer!?"), ficando Polga "às aranhas" no meio de dois tipos.
E foi assim que as coisas se passaram, que eu vi: o que tem a bola, descaído para o lado esquerdo, já dentro da área, simula o remate; e Polga, que foi a ele "dobrando-se" a si próprio (Beto não estava lá, tinha ido à fruta), deslizou pelo chão, oferecendo o corpo à bola que estava para ser rematada. Remate que não saiu, de facto, mas que iria à baliza se tivesse saído, não fora qualquer imperícia grosseira do avançado. O jornalista em questão, perante o drible (fácil, evidente) a Polga, preferiu interpretar aquilo como uma "má queima" de Polga, que assim "se deixou fintar como um juvenil"! Que afirmação estúpida de ignorante! Polga nem sequer tentou o corte, apenas tentou oferecer o corpo à bola! Não queimou nada, está é a ser bem queimado! E Ricardo, que ganhou tempo e posição entretanto, acabou por defender, com alguma sorte mas muita bravura. É o melhor guarda redes do Sporting, reafirmo isto.
Isto é grosseiro e enerva. Há sportinguistas que caem nisto, devem ver a bola sempre de costas, sempre a cantar aquelas merdas giras que agora há, enquanto não avançam sobre a direcção a pedir mudanças, às tantas, em vez de se limitarem a ver o jogo e a berrar o nome do clube.
Polga é um grande defesa central, com bons pés, que joga sobre brasas porque o rodeiam de nabos e, ainda por cima, dão braçadeira de comando a alguns deles. Seria titular no Porto, no Benfica, num grande número de equipas estrangeiras de nomeada, em que o deixassem pensar em vez de andar a fazer tudo. Também aqui se verá se tenho ou não razão, porque me parece que tudo se encaminha para correr com ele, deixando lá ficar a "eterna promessa", o Betinho, a prometer enterrar-nos de cada vez que pisa um relvado. Sim, que os turcos do Besiktas não são parvos!
Relembro isto: fomos campeões quando Beto andou pelo banco. Em 2002, então, foi um regalo, ver Babb (um defesa normal, mas rijo e rápido) a jogar ao lado de André Cruz (classe pura, pés de veludo e inteligência específica, que eu não sei se ele tinha mais que esta, só o vi jogar, não lhe vi mais nada). Ambos quase no final da carreira, note-se. Beto nem carreira tem. Tem tido público e imprensa.
Repito que Dias da Cunha não tem razão, por isto: o Sporting tem má imprensa, personificada nas baterias assestadas em Peseiro, Polga e Pinilla, por exemplo; mas isso não basta para justificar, sequer, um empate com o Porto em casa, quanto mais.
Por isso, Dr. Dias da Cunha, faça-nos um favor: traga-nos o Jorge Costa, que o Porto não parece querê-lo, ponha-o ao lado do Polga e dê ao Jorge Costa, mesmo recém-chegado do inimigo, uma braçadeira. Ele já atirou uma braçadeira ao chão, uma vez, que eu vi. E foi punido por isso. Mas sempre que a usou, tirando dessa vez, honrou-a sempre. O Polga e nós todos agradeceremos esse gesto perspicaz. E nunca mais o desgraçado do Polga será humilhado por andar ali a fazer o trabalho de dois, como tem andado.
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