blog caliente.

20.10.05

Porque hoje é quinta! Sararararú!

Plano A:

"- Estive a pensar. Que isto merece reflexão. E sentido de estado. E coiso. Isto não é assim, "bora lá"!
Digo-vos só hoje porque só hoje me pareceu indicado dizer-vos. Não me perguntem porquê, que eu não sei explicar isto sem parecer ainda mais tonto que o Tino. Anda aí um boi, aliás, que diz que sou parecido com ele, com o Tino, anda aí um besugo; anda, anda: logo que mude a Constituição vou fazer uma sopa de peixe com o energúmeno piscícola e dá-la aos pobres. Ou derramá-la num eflúvio.
Atenção, eu tenho tino. Eu tenho disso. Isto é tudo pensado. Com a cabeça, embora um tabu rime com outras anatomias sem ser a cabeça. Sim, eu também sei fazer chalaças, fiz um curso com o Badaró.
Eis-me. A dizer que sim, que estou aqui, que cá me tendes. Tempos difíceis, lálálá, olarilolé, eis-me! Tempos difíceis, caspité!, exigem-me. Só me demiti de ministro das finanças, aliás, "in illo tempore", porque aquilo era fácil. Se fosse difícil, caramba, ninguém dali me arrancava sem resolver aquela merda toda duma penachada!
"Traz-me os chinelos, Maria, que estou a escrever um discurso. E vai buscar a chave à cozinha, a minha chave, aquela que eu tenho, que só eu possuo. Está debaixo do naperon". Sim, eis-me. Vou a votos. "E traz-me um lenço de papel, Maria, que estou com a saliva a escorrer pelo orbicularis oris de baixo, daqui a nada chega-me às truces e ainda penso que estou naquela idade revolucionária em que destruia candeeiros para protestar contra o facto de me debruçar demais dos eléctricos!"
Vou a votos, olhai para mim! OK, está bem, afinal é melhor não olhardes, parece que tenho um tétano na expressividade, eu sei. Mas vou. E eis-me. Que surpresa, hein?


Plano B:

Olhai, o sacana do besugo tinha razão. Boi de merda. Não vou. Afinal, que se lixe, não avanço. Fico.
Eu não tenho a vossa vida, sabeis? Nem estou para gozos, OK?. O Portas está à espera que eu avance para avançar também; e isso tira-me os 5% de votos que eu precisava para não passar pela suprema humilhação de baixar a votação na segunda volta e lerpar olimpicamente.
Reparem: eu penso. Logo, rápido. Eu já vos tinha dito que andei a aprender com o Badaró? Não? E com a Florbela Queirós? Também não? Ai já tinha dito? Que caraças...
Fodei-vos, vou antes continuar a tentar explicar a chave, em lugar de a usar. Vou explicá-la num seminário sobre "sei que sou bom, embora este texto seja de 2003, enfim, a repescagem dele, que o original era de 1987". Há-de ser em Londres, lá curtem-me, pareço-lhes um rascunho do Jeremy Irons em versão hirta e meridional. Aquilo é boa gente, chamam-me "old chap!", "querido amigo", disseram-me que é isto que "old chap" quer dizer, em Yale. Que é uma marca de chaves, pois, sois espertos.
Quem foi que disse que as minhas teorias já não eram grande merda, já nessa altura, em 1987, que eu fodo-o e volto imediatamente ao Plano A? "E tu, trazes-me o lenço ou não, Maria? Olha que eu uso as cortinas outra vez!" Pronto, adeus truces. A minha saliva corrói a porcaria do nylon.

View blog authority