Bem ...
... afiançaram-me que isto por aqui andava demasiado plácido.Mas eu vou ler, e que vejo?
Que o besugo anda a oferecer vaselina ao Cavaco.
E que a lolita, essa pérola premiada da blogosfera e epítome/referência do "Blog português no feminino" acusa o Rui Rio de falta de:
a) moral;
b) pudor;
c) civismo;
d) classe;
e) sensatez; e
f) nobreza.
(N. do R. - chiça, que tive que ir verificar três vezes o final do post "simetrias" para ter a certeza que não me estava a escapar nenhum dos adjectivos que a lolita usou. Até fiquei com pena do homem).
Ora bem, eu cá acho que este tão bonito blog não se pode transformar num arrazoado de opiniões depreciativas sobre terceiros, sob pena de eu me achar legitimado a recomendar vaselina ao Soares por causa do Alegre, vaselina ao Alegre por causa do Soares, vaselina ao Sócrates por causa deles dois, vaselina aos dois por causa do Sócrates, e ainda vaselina aos três por causa do Carrilho (à Bárbara não recomendo nada, coitadinha).
Assim, aqui venho, ao contrário do que pensava, para pôr água na fervura e para dizer que nem todos os políticos traiem todos os políticos. E que até há políticos com, moral, pudor, civismo, classe, sensatez e nobreza. Exemplos do séc. XX há muitos, sobretudo entre os políticos que estiveram no activo até 1974. Depois ... talvez o Pinheiro de Azevedo, o único que foi capaz de dizer "bardamerda para o povo", quando o povo o merecia.
É claro que só me consigo lembrar de gente que não foi eleita em sufrágio universal, mas isso é matéria de outro estudo, para o qual, manifestamente, me escasseia o tempo.
Já agora, e recordando que o Pinheiro de Azevedo foi o único Primeiro Ministro no mundo (esta não está no guiness mas devia estar) que decretou greve do seu Governo, recordei-me "indagóra" de um tema candente: As greves no sistema judicial.
Para além de que sou dos que acham que os juízes não podem nem devem fazer greve (quanto aos oficiais de justiça e magistrados do M.P. estou-me nas tintas: são funcionários do Estado, é suposto que possam fazê-la), mas isso agora não interessa nada, há uma muito simples razão para que estas greves sejam um fracasso e um monumental tiro no pé dos "grevistas": é que não se pode paralizar o que já está paralizado. Para quem sabe que vai esperar quatro ou cinco anos por uma sentença, a única reacção que pode ter perante esta greve de cinco dias é um encolher de ombros, a par de (mais um) reforço na convicção já arreigada de que os tribunais não funcionam.
Por outro lado, foi confrangedor ver aquele par de jarras magistrais no debate de ontem à noite. Ver os drs. Cluny e Baptista Coelho serem positivamente trucidados pelo Sr. Ministro da Justiça. E por demérito próprio, que o mérito deste Ministro é e foi muito pouco.
Em suma: acabou-se o debate com o Bastonário a falar dos problemas da justiça (a falar pouco e sozinho, porque isso ontem não era o tema, era apenas o pretexto do tema), o Ministro claramente ao ataque, dizendo que se o País está pobre e que não é só aos pé-rapados que se podem impôr sacrifícios (a tirada é demagógica, mas é eficaz e em política a eficácia vale - quase - tudo), o Cluny (MP) a queixar-se de que os colegas dele andam a perder os direitos sem que percam os deveres (aquele abanar de mãos ilustrativo ... ) e o Baptista Coelho (Juiz) a dizer que convocou a greve porque a "classe" assim o queria.
Pobres juízes. E não digo pobres porque ganhem pouco. Digo pobres porque, por mais alto que lhes ponham as cadeiras nas salas de audiências, nunca tão baixo desceram.
Termino em nota mais descontraída, ou menos contraída, dizendo que amanhã, enquanto a classe política se vai enfastiar à conta de uns discursos sobre a república - que não pode deixar de fazer e/ou ouvir - eu vou comprar um computador de manhã e instalá-lo à tarde. Programão, heim?
Bom feriado, e viva o Rei!
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