Adoro quando um plano corre bem
Incapaz de resistir às minhas pressões, Cavaco não teve outro remédio: candidatou-se.Agora, entramos na segunda etapa do meu plano: obrigá-lo a ir até ao fim.
Comecemos.
O homem não quer. Ele duvida das sondagens, o que não admira: eu vi uma, hoje, em que entrava, até, o Paulo Portas! Também não faz mal: aqui "há atrasado" houve sondagens em que Cavaco entrava e o distinto ex-primeiro ministro algarvio ainda estava a passar "Tabu" nos sovacos, já nada me admira.
Enfim, admira-me que ele persista: os portugueses são inteligentes (embora, como somos discretos, nos armemos em parvos sempre que nos dão oportunidade) e não deixarão passar em claro uma excelente ocasião de punir Sócrates. Refiro-me a foder-lhe o presidente da república que ele almeja, exactamente: o senhor professor.
Não. Pelas minhas contas mais recentes, probabilidades de pandemia incluídas, com eliminação selectiva de parte significativa dos portugueses que querem que o país vá pá frente, 35% dos votos é o máximo que Cavaco vai conseguir. E, mesmo para atingir esta marca miserável, vai ter de contar com cerca de 80% do eleitorado convicto do BE, o que significa que até Ana Drago está, neste momento, em período de reflexão. E com o voto colectivo da família Portas, passe o pleonasmo parcial, que é inevitável quando se tenta separar a família Portas por ideologias. É mais fácil uni-la, mas isto é uma mera impressão pessoal, destituída de rigor científico.
Não. Isto, em correndo mesmo bem, vai desaguar numa segunda volta entre Manuel Alegre e Mário Soares. Só não será assim se os portugueses estiverem, na sua maioria, possuídos duma encefalopatia qualquer, uma coisa apaneleirada, uma virose.
Para já, porque haverá melhores debates se for como eu digo (alguém está genuinamente interessado em ouvir Cavaco debater seja o que for, seja com quem for, a menos que esteja num período oligofrénico da sua existência, ou doente dos intestinos?); depois, porque, perante uma pandemia qualquer, é sabido que Cavaco vai entrar em pânico e pedir uma calculadora que converta vírus em euros. para se orientar. E eu (e a maior parte dos portugueses que não são impotentes, nem imbecis, nem moles do corpo) antes quero um presidente da república que, nessas circunstâncias adversas, me venha dizer coisas simples ao local de trabalho. Do tipo "não saias daqui, não metas baixa, aguenta-te!". Um tipo com voz grossa e barbas, que fale comigo.
Há-de haver mais razões mas, por agora, chegam-me estas.
<< Home