Sem qualquer fundamento
Os candidatos presidenciais apresentam-se. E quem quiser que venha atrás!Ora, isto é a balela mais recente.
De Cavaco não falo. É por demais evidente que andou a encenar (e tempo demais, aquilo fazia-se em Julho ou Agosto da mesma maneira e com o mesmo efeito) a sua independência. Só cai quem quer, nisto. Sobretudo depois das redentoras sondagens, dos bitaites recorrentes de Marcelo, das "blogadas" e "jornaladas" amigas. Eu aceito isto. Os amigos são para as ocasiões, sendo que é, também, a ocasião que faz o ladrão. Sim, estive ver o Nero Wolfe, um bocadinho.
Mas falo de Sócrates, que não é candidato, mas é dele que tem de se falar quando se querem tecituras sobre as candidaturas fratricidas de Alegre e Soares.
O meu candidato (caramba, o homem ainda vem aí dizer-me que "sou teu, mas é o caralho, ó peixe!") chama-se Manuel Alegre. Eu não tenho de explicar porquê, ainda. Não tive tempo: explicar uma escolha é uma parcela de nós que se expõe na explicação; e isso tem de ser feito nos limites da inteligência e da "boa emoção". E eu ando irritado.
Mas ele disse, claramente, sem esperar pelas calmarias outonais, "quem quiser que venha atrás". Eu, por tendência, vou sempre ao lado. Atrás vão os maricas dos príncipes consortes, eu leio muito. Em querendo assim, ao lado, está bem, senhor.
Retomemos. Foi Sócrates (quem o aconselhou é dispensável, aqui) que avaliou a situação e decidiu. Escolheu mal, dispensou o óbvio, o melhor. Até porque traria consigo os amigos do passado, coisa que assim se perdeu, do ponto de vista estratégico. E é preciso recuperar os amigos do passado. Sempre. É preciso para mim, é desígnio fundamental de quase toda a gente. Para Sócrates não, pelos vistos. Não se iludam.
De Sócrates há quem diga que mediu mal. Não acredito. Mil virgens me fustiguem com seus óleos vulvares se estiver a ser injusto, mas não acredito.
Ele escolheu Cavaco - esta é de caras ; escolheu Soares para perder com Cavaco; e teve medo que Manuel Alegre, em o escolhendo, lhe ganhasse as eleições que mais deseja "perder".
Sócrates ficará na história como "o grande líder" que assumiu e implementou o maior número de medidas impopulares consideradas imperativas pelo maior partido da oposição. Excelente trabalho. Marques Mendes deve estar a "surfar" numa onda em que nem ele próprio esperava equilibrar-se: "quando for a minha vez, aquela merda já está toda feita! ganda nóia!".
Sócrates (e Deus me perdoe se estou enganado, e Sócrates também, que eu não tenho provas do que digo, é apenas o que me parece) foi desleal duas vezes: com Soares (que elencou para perder) e com Manuel Alegre (que dispensou por medo). Tudo isto para poder cumprir o programa do PSD ( e apêndices coligáveis). Isto é interessante, visto assim. E muito irritante, se for verdade.
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