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14.9.05

Enigmas

Aconteceu-lhe outra vez. Ainda bem, tenho tido dias difíceis (não, não é disso) e assim rio-me, para desopilar.
Neste último delírio, Clinton é Cavaco.
Que raio: Cavaco faz-lhe lembrar Clinton porquê? Sabe Deus...
Clinton ia para o segundo mandato, Cavaco é (ou dizem que é, mas não se pode dizer, ainda; só em Outubro, ou assim, uma estupidez qualquer de indeciso - eu, se quisesse derrotá-lo numa campanha, começava a zurzi-lo com isto: olhe, Aníbal, deixar no ar que "eu vou, mas só digo em Outubro" é duma pobreza confrangedora, de timoratozinho) candidato ao primeiro.
Depois fala em dígitos. Dois. De vantagem. O que é isso de dígitos? Refere-se às unidades, às dezenas, a quê? Está mal. Não é dígitos que se diz. Ele devia saber, porque escreve para um público vasto. Bom, pelo menos eu vou ler, mas também gosto do Inimigo Público, serei suspeito. Bom.
A seguir sentencia que "a diferença é irrecuperável", fundamentalmente porque agora não é importante e porque Soares não merece. Vão lá ler, é isto que ele diz. É muito engraçado.

Em contrapartida, Cavaco merece. Pelo seu passado (belo tiro no delgado pé, até admito que haja quem pense que merecem igual, pelo passado, que eu lembro-me do episódio de luta no eléctrico, aquilo do candeeiro, enfim... mas mais, não), pela circunstância nacional (ou seja, ele vai ser presidente da república mas vai "abiscatar" como ministro das finanças, da economia, da defesa, do economato, da moral, dos bons costumes, da justiça, da saúde, da pesca e, não consigo deixar de me rir, da serralharia; isto por conta da chave que tem) e pelo futuro (os desafios que aí vêm, para Delgado, não são o caralho do Halmstadt, do Inter, do Manchester, do Estrela Vermelha, nada disso: os desafios são uma coisa qualquer que ele tem na cabeça; e reparem que evitei um caralho nesta frase, apesar de tudo).

Será que Mário Soares pensou em tudo isto?, questiona Delgado, gravemente.
Quero lá saber, homem! Deixe rolar, espere aí, a ver se o Cavaco, em Outubro, sempre vem dizer o que disse que só dizia em Outubro (descobri: o homem só funciona depois do verão, às tantas) e, se vier, esperemos pelas eleições. Custa-lhe assim tanto evitar o disparate baseado em virtualidades?
Mas, como eu disse, não quero saber disso para nada, acredite. Soares, Cavaco, olhe: para já, neribi.

O que eu gostava de saber é como é que você faz estas coisas. Não, agora a sério: Clinton faz-lhe lembrar Cavaco porquê? Há qualquer coisa que não esteja a partilhar connosco?

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