blog caliente.

10.9.05

Pigs on the screen

Hoje, um homem que (creio) é empresário - portanto, anda a esforçar-se para fazer parte da "dúzia e meia" de que eu falava ontem, a querida "empreitagem" -, afirmou que o que competia aos empregados dos serviços públicos era fazerem muitas horas extraordinárias à borla, para imitarem (isto é indesmentível, a excitação do homem não lhe deixa margem de manobra) os trabalhadores dele. "Privados, logo, dele". Isto tudo para salvar o país. Pobres trabalhadores dele. Não lhe dão coça porquê? Ah! Pois. Já percebi. Para salvarem o país.

Eu gosto muito destes tipos que exortam os outros a salvarem o país, porque me parecem imprescindíveis e extraordionariamente contributivos. E sacanas. Mas retiro o que disse, sei lá se o homem, apesar de parecer extraordinariamente convicto, não estava só a brincar. Eles são muito dados a jogos florais, às suas petúnias. Reinam muito, são reinadios.

O discurso empresarial já maçadote é este: "ó animal, tu, se queres comer 250 gramas de fiambre por semana, ou contribuis para as minhas trufas diárias ou, alternativamente, vai matar o porco que hás-de ter, no teu quintalejo - que te cobiço!".
Eu ia lá matá-lo, ao porco, e lá terei de ir, um dia, que também tenho um quintalejo, eu. Embora seja sabido que (em sendo abatidos pelos resinosos e "navalhentos" métodos tradicionais) eles guincham muito. Os porcos.

Depois de dependurados guincham menos e comem-se bem, grelhados.

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