Mãos
Hoje falaram-me três vezes em morrer e eu neguei três vezes. Como se tivesse nas minhas mãos, à semelhança doutras vezes em que tive, ou nos pareceu que sim, a todos os que queríamos que eu tivesse, mais um adiamento qualquer. Uma fresquinha.Hoje nem fui Pedro, sequer. Nem um galo cantou, sequer ao longe, no braseiro húmido do ar do Douro.
Hoje não fui nada. Fui só o que tenho nas mãos, quase sempre: nada e um suor antigo que me trai e me agacha.
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