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22.5.05

Ontem à noite, numa pousada alentejana: os balcãs e o festival da Eurovisão. E o Benfica.

O festival da Eurovisão sempre foi, para os portugueses, uma enorme e recorrente humilhação. Mas todos os anos renasce a esperança lusa de uma vitória no festival (tal como sucedeu com o Benfica e com os benfiquistas durante os últimos onze anos) ou, pelo menos, de um lugar menos embaraçoso do que o ante-penúltimo.
Se não me engano, foi a Manuela Bravo que obteve a melhor classificação de sempre, o que se explica, muito provavelmente, pela semelhança evidente com a Marie Miriam (uma das sempre eternas vencedoras do festival, com a Mariel ou a Sandie Shaw). Ou seja: foi a cantante que mais se aproximou da piroseira que sempre pautou a festa da música europeia (tal como sucedeu com o Benfica em relação ao reality-show mais bera que se possa imaginar quando a filha do Nuno Gomes "fez questão" de vir beijar o pai).
Pelo que me apercebi, agora há mais países do que canções e a canção portuguesa, novamente amaldiçoada, ficou pelo caminho nas eliminatórias (tal como o Benfica ficou na UEFA). A Europa ocidental, fundadora da piroseira, deixou-se esmagar pelo compadrio dos novos países de leste. Pelos vistos, os europeus de leste são indefectíveis de festivais e votam todos uns nos outros. A Sérvia-Montenegro na Albania; a Albania na Croácia; a Croácia na Moldávia; a Moldávia na Macedónia; a Macedónia na Bósnia-Erzgovina; A Bósnia-Erzgovina na Polónia; e assim sucessivamente. Os países ocidentais, reduzidos a uma meia dúzia, votaram uns nos outros, claro; o que não os impediu de não sair do fim da tabela (semelhante à classificação do Benfica durante muitos anos).

Agora imagine-se esta coesão, exemplar, dos balcãs e respectiva vizinhança na Europa política dos vinte e muitos. Eles são muitos, como os benfiquistas.

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