Simplificações de besugo (epílogo)
Custa, isto de ser simples.Freitas, que eu saiba, não estava desempregado. Bem pelo contrário. Era só um exemplo. Mas ainda bem que concordas que a Constituição consagre o direito ao trabalho. Embora, brevemente, deva passar a consagrar o "direito ao trabalho por objectivos", a menos que o texto constitucional seja elaborado por aquele ex-secretário de estado sem corrector ortográfico... nesse caso, poderá passar a consagrar o "direito ao trabalho por adjectivos", ou assim.
Não sei se Freitas do Amaral é "mais ou menos". Sei que, a menos que tu afirmes aqui que sufragas o pequeno articulado que a seguir te proponho, o fundador do CDS pode ser ministro dos negócios estrangeiros de qualquer governo legítimo, sem necessidade de estados de alma. Mesmo tendo afirmado o que afirmou, tendo negado o que negou e, mesmo (suprema humilhação!), tendo sido expulso do tal partido que Bush (o injustamente detestado Bush, pobre incompreendido) não sabe muito bem o que é, nem onde fica.
Eis o pequeno articulado:
O ministro dos negócios estrangeiros dum país não pode, sob pena de sevícias públicas:
1 – Não gostar de George Bush. Até porque é indecoroso, sendo sabido que o ministro dos negócios estrangeiros americano adora, aos pacotes, Jorge Sampaio, Sócrates, Eusébio e, mesmo, Maria João Pires.
2 – Criticar invasões (sobretudo se ordenadas ou lideradas por George Bush). Isso inviabilizará a nossa política expansionista de alto conteúdo bélico, logo agora que temos mais submarinos e, mesmo, vários helicópteros.
3 – Dar mostras de apetência por cargos ministeriais, porque é sabido que os ministérios se escolhem entre os desinteressados da governação.
4 – Dar mostras de 3, disfarçando. Porque isto é mesmo assim: se se mostra vontade é porque se mostra, se se disfarça a vontade é porque se disfarça.
5 – Querer mais que isso, que ser ministro dos negócios estrangeiros, porque é evidente que quem não puder ser Figo não pode ser, sequer... besugo.
É isto?
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