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6.2.05

Liberdade quê?

Uma nação liberta-se de tudo, Lolita. Mas é mais difícil libertar-se daquilo que tu chamas "stress pós-traumático da opressão" quando é obrigada a observar, na rua e em casa, as caras de alguns neo-liberais que deram, ultimamente, em liderar partidos. Refiro-me a Portas e a Santana. E a Barroso, antes deste último. E mesmo a Sócrates. Andam aí os novos opressores, os opressores "vodafone/europa/calem-se que fala a europa". Portas também, sim, Portas, sim, não me façam rir, sim, definitivamente sim.
Não que Cavaco fosse um homem especialmente belo e cândido, não que Freitas fosse um portento de elegância e bonomia. Soares era, até, o bochechas, e Cunhal era um asceta antigo, anguloso na sua geometria ideológica circular.
E, no entanto, havia ali mais luz. E é com luz que se vencem os traumas. Não é com reflexos de meia lua chocha em lameiros húmidos de micose.
Sá Carneiro morreu cedo, não falo dele de propósito, mas estaria nesta galeria velha de quem tem brilho próprio. Antes que venhas aí de clava em punho.

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