blog caliente.

6.12.04

Mimos ....

... é o que eu recebo de cada vez que venho a este blogue temperar com algum bom senso e verdades como punhos o que por aqui vou lendo.

o besugo chama-me torpe beirão e diz que eu escrevo o que escrevo porque gosto de o arreliar.

(confirmo tudo, mas não me considero beirão).

A lolita evita qualificar-me, mas lá vai deixando subentendido que eu só escrevi disparates, sabendo que o eram e conseguindo fazê-lo sem me rir.

(confirmo ser capaz de fazer isso, só para arreliar o besugo)


Mas afinal que disse eu capaz de provocar tais afirmações? Isto:

1ª afirmação polémica - o Portas é o melhor líder partidário neste momento.

Ok, parece que não concordam comigo ... então quem será?

- O Sócrates? Acham mesmo? Porquê?
- O Santana? Será este? Surpreender-me-ia que achassem.
- O Jerónimo de Sousa? Só se for melhor na dança ...
- O Louçã? Eu sei que este vos deve ser mais querido, mas ... custa-me a crer.

Na verdade, confesso-me incapaz de adivinhar quem é que consideram melhor líder partidário do que o Portas. Esclareçam-me e, s.f.f., sem muita conversa. Basta que digam: "Eu acho que é o .............., porque ........"

2ª afirmação polémica - O PP não só não pertence ao centrão (o que é evidente e ninguém contestou) como é feito essencialmente de pessoas que não dependem dele nem do Estado.

A este propósito a lolita, além de escrever não sei bem o quê sobre a Atlântida, falou na Celeste Cardona e no L.N.Guedes.

E eu pergunto: São esses dois representativos de quem pertence ao CDS ou, pelo menos, é seu votante? Serem representativos será dizer muito, mas que se enquadram no que eu referi, não tenho dúvidas.

Por isto: Quer um, quer outro, militaram e deram a cara cerca de 20 anos por um partido sem acesso ao poder ou, sequer, a migalhas dele. E construíram o seu indiscutível sucesso profissional (porque são profissionalmente respeitados, como tu lolita provavelmente sabes) sem cargos nem comendas públicas.

A propósito da Celeste Cardona - e porque sei que subjaz à tua questão o facto de ela ter assumido um lugar de administradora na CGD - recordo um momento de particular franqueza de já-não-sei-quem do PS entrevistado a propósito disso. À "pergunta" de um jornalista formulada sensivelmente nestes termos "seria por exemplo impensável que um Banco privado convidasse a Dra. Celeste cardona para a sua administração, não era?", o homem teve o bom senso de responder: "Não seria impensável, porque a Dra. Celeste Cardona é uma pessoa de reconhecido mérito como advogada e como docente universitária, quer no direito público, quer no direito privado. Mas a forma como esta nomeação se processou é que não é transparente e a CGD não é um banco privado". A pergunta a seguir deveria ter sido "mas então como é que o processo de nomeação poderia ser transparente?". Mas não foi feita, o que me deixou pouco esclarecido.

A propósito do Nobre Guedes e das suas supostas ligações "perigosas ad nauseam" com o ambiente, resta dizer que - ao que sei - tais ligações são como Advogado e com empresas privadas. Ou seja, nada que ver com o Estado, mais uma vez. E até é curioso como ele foi acusado de uma coisa e do seu contrário, quando assumiu a pasta (de não saber nada de ambiente; e de saber). Recado ao mundo: se for advogado e quiser ir para o governo, escolha uma pasta de que não tem qualquer experiência no plano profissional. Será incompetente como ministro, mas ao menos não será acusado - ad nauseam - de conhecer o sector porque já patrocinou interesses no mesmo.

Enfim ...

Uma palavra final para falar do Fidel e da estima que por ele nutre a lolita. Eu, por mim, já percebi. É uma questão de anti-americanismo primário.

Eu já fui também anti-qualquer-coisa primário (anti-comunista, mas tenho que escrever isto entre parentesis, senão a lolita diz que é fetiche meu) e sei como é difícil, por vezes, não simpatizarmos com todos aqueles que se opõem ao nosso ódio de estimação.

Os americanos, aliás, cairam nessa tentação várias vezes. Por exemplo, apoiaram o Pinochet e tantos outros basicamente porque eles impediam que os respectivos países resvalassem para o campo de influência do seu inimigo global. Foi uma política cínica, mas foi a que foi. E, para todos os efeitos, nem foi mal sucedida de todo (no que aos interesses dos EUA respeitou, claro)

Para terminar:

Este tema lembrou-me um jogo de computador de há muitos, muitos anos (ainda era a preto e branco e tudo). Chamava-se "Hidden Agenda", e retratava o dia a dia do presidente do governo de um país sul americano à beira do colapso. Esse presidente tinha por missão organizar eleições e governar até esse dia. Na "Agenda" incluiam-se: reuniões com os lideres sindicais (comunistas), com os elementos de uma guerrilha (comunista), com os fazendeiros (latifundiários) e com o exército (muito ligado aos anteriores). Também, reuniões regulares com os embaixadores da URSS e dos EUA (sempre a oferecerem ajuda, económica e militar, para assegurar a "independência" do país).

Nunca consegui chegar a eleições. Ou havia uma revolução comunista (com o apoio da URSS) e eu era morto, ou o exército sublevava-se (com o apoio dos EUA) e eu era morto.

Moral da história: Se se fosse político e se se quisesse ter sucesso num país sul-americano (no tempo da guerra fria) havia que escolher que tipo de ditadura implementar. Ou morrer a tentar organizar eleições.

Quer o Fidel,quer o Pinochet, escolheram. E, bem vistas as coisas, o Pinochet saiu-se melhor. O Chile também. E hoje não há chilenos que queiram ser cubanos. A não ser que sejam doidos, claro está.

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