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1.11.04

O empate relativo

Ao longo da noite de ontem, fui espreitando o jogo entre o Gil Vicente e o Benfica, do qual me desinteressaria, como habitualmente, caso não tivesse a esperança, embora pouco crente, de que o Benfica perdesse.
Não é grande mérito passar para o lugar da frente por demérito alheio, bem sei; mas há pulsões difíceis de afastar. E assim, esperançosa, soube do golo do Gil Vicente, do desafortunado Gil Vicente que até está no fim da fila. O gozo, assim, é maior. Ainda faltava, porém, muito jogo pela frente e, cautelosa, imaginei que facilmente (este facilmente custou-me a escrever...) o resultado se invertesse.

Já fora dos noventa minutos, tornei a espreitar e o Gil Vicente ainda ganhava por um a zero. Notável! O impossível acontecera? Convenci-me de que poderia, dentro de poucos segundos, agradecer aos barcelenses.

Eis como eu vi o golo do Benfica: a encenação de um livre, in extremis, nos últimos segundos do jogo, para que o empate acontecesse. E aconteceu mesmo: até os homens do Gil Vicente perceberam que tinha de ser e, impotentes, deixaram passar o Simão. O mal tem sempre uma explicação reconfortante. Isto sim, é redentor: a clara demonstração de a objectividade nem sempre contribui para o nosso bem-estar, e até nos abandona quando um ponto a mais faz a diferença.

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