Sobre a queda de Fidel
Algo estarrecida com o que acabo de ler no Água Lisa, venho aqui esclarecer, sumariamente, o seguinte:1. Não sou seguidista do JPP, não sou seguidista do Fidel, não sou e acho que nunca serei seguidista de coisa nenhuma. Muito menos discípula. Impõe-se alguma cautela quando, depois de as ler, se opina sobre as opiniões dos outros.
2. Não discuto, porque não é oportuno, porque não é esse o tema da discussão e porque simplesmente não me apetece discutir a evidência de que Fidel Castro é um ditador fossilizado, obsoleto, cruel e autista. A repulsa que o João Tunes mostra ter por Fidel não é muito diferente da tristeza que sinto em relação às más condições de vida dos cubanos; enternece-me e entristece-me. Mas não me esqueço de que ele, Fidel, não é o único culpado. Pois não?
3. Causa-me repulsa, isso sim, o riso fácil sobre fraquezas alheias para cuja existência o visado em nada contribuiu. Que dependem do decurso do tempo, que se lhe impõe. Falo de Respeito, a provavelmente mais sublime qualidade humana, que permite separar, com sabedoria, aquilo que é criticável do que é, apenas, circunstancial, às vezes tristemente circunstancial. E que torna elevada e consistente a crítica ao que seja efectivamente criticável.
4. O mais curioso de tudo isto é que, antes de criticar os que riram, eu não tinha lido o João Tunes a rir da famosa queda. Espanta-me, do que julgo conhecer dele, que tenha rido disso. E continuo a achar que é de mau gosto rir e fazer piada - que, com este pretexto, é tosca, sim - sobre tal circunstância. É a minha opinião que, por acaso, é semelhante à do JPP.
Espero ter sido clara, João Tunes. Lamento, mas mantenho intacta a minha opinião.
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