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18.10.04

Besugo explica futebol o melhor que sabe

O MEM não gosta do Ricardo e, evidentemente, está no seu direito. Para quem não sabe: algumas pessoas, se calhar muitas, quando se referem ao "Ricardo", estão a falar do guarda-redes do Sporting ( e este facto não os indigna muito) e da selecção nacional (aí é mais complicado, costumam entoar "o Ricardo" como quem dissesse "aquele sacana que tirou o lugar ao Baía na selecção!", tudo isto seguido dum tsc-tsc mental, denotando total desaprovação).

O MEM pode não gostar do Ricardo. Pode, claro. Por milhares de motivos. Até, mais que não seja, pela falta de grossura de voz que o homem tem.
Mas não querer perceber como é que entrou aquele segundo golo do "Lixtantan" (gosto deste país, que querem, mas é só se for pronunciado assim) denota uma profunda falta de sentido de... enfim, caro Colega, denota alguma falta de sentido de baliza.

Caro Colega: acredite que ali, naquele particular lance, não há nenhuma negligência do Ricardo. Aquela bola, saída "à sorte" da bota dum "lixtantanho" , podia, até, ter saído da bota do Deco, do Diego, do Simão, do Barbosa, do Figo ou do Beckham, mesmo do Areias, ou do defesa esquerdo do Sacavenense (sei lá quem é), que o resultado tinha grandes possibilidades de ser o mesmo. Quem vê futebol, quem já jogou futebol, já viu aquilo acontecer várias vezes. É sempre igual, esteja na baliza o Khan, o Ricardo, o Moreira, o velho Bento, o falecido Damas, o Schmeichel, o Zenga, o Buffon... eu sei lá quem mais, se calhar todos juntos! É quase sempre assim. E só refiro guarda-redes que já vi passarem pelo mesmo.

Por isso o Ricardo não precisa de explicar nada porque, na imprensa, senhores que percebem pouco de futebol, de geometria e de física (mas percebem largueiro de ventripotência), já explicaram a quem (também) não quer perceber rigorosamente nada da bola que "o Ricardo tem A culpa".
E não tem A culpa, de facto: aquela bola é a chamada "bola doida", que um guarda-redes só defende se for nabo ou imprudente. Ou seja, se assumir, desde logo, desde a "biqueirada original", que ela (a bola) vai para "ali", para aquele cantinho virginal... depois de passar por 7 ou 8 cabeças que tentam tocar-lhe e desviá-la.

Acredite ou não, aquela bola é o tipo de bola que toda a gente deve ficar a saber que "alguém tinha de tirar dali antes daquilo acontecer".

E isto não é fácil de explicar, de facto. Mas que é assim, é. E o Ricardo tem razão.

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