blog caliente.

20.8.04

Sting ( precedido de algumas ideias soltas)

1) Pouco antes de ir de férias, a inestimável lolita insinuou que eu vivo no passado. E deduz-se do que ela escreveu que, no que lhe respeita, ela já está no pós-modernismo da política, algures para além da esquerda, da direita e do centro. Faz lembrar o Freitas (mas descanse a blogosfera. A lolita NÃO é o Freitas).

2) Ontem li com interesse o artigo da Maria Filomena Mónica no "Público" (um dia eu aprendo a fazer links, itálicos e bolds, mas agora não me apetece). Fala sobre a sua evolução pessoal no plano ideológico e sobre a forma como, após o tempo de paixões do PREC, se converteu ao "sossego" da democracia. E sobre o perigo de, neste "sossego", já não haver ideais em disputa, mas apenas pessoas. De já não haver políticas, mas formas de gestão da coisa pública.

3) Vi há pouco tempo um filme chamado "K19", com o Harrison Ford e o Liam Neeson. Bastante pesado, mas um bom filme. Retrata uma tragédia do tempo da guerra fria. O filme nem é sobre a guerra fria, mas ela está lá presente, é o pano de fundo e a razão última de tudo o que se passou.

4) Finalmente, há poucos dias discuti longamente com um amigo o actual estado (internacional) das coisas. Que, quase ironicamente, é bastante mais complexo do que era justamente no tempo em que existiam dois blocos fortemente antagónicos, com capacidade para se destruirem reciprocamente, destruindo o mundo inteiro pelo caminho. Entre outras coisas, porque entrou em cena o fanatismo, o desespero, a loucura e a vontade de morrer matando. Nestas condições, já não há ninguém para bater com o sapato na mesa em plena reunião do Conselho de Segurança da ONU.

É estranho que hoje andemos mais inseguros do que no tempo em que a destruição do planeta era uma ameaça sempre presente.

5) E, nisto tudo, lembrei-me de mais uma música - desta vez do Sting - que talvez traduza a diferença entre o estado das coisas desse tempo e o de hoje. E que pode (ajudar a) explicar porque é que o planeta sobreviveu a 40 anos de guerra não declarada.


In Europe and America, there's a growing feeling of hysteria.
Conditioned to respond to all the threats
In the rhetorical speeches of the Soviets.
Mr. Krushchev said "we will bury you".
I don't subscribe to this point of view.
It would be such an ignorant thing to do,
If the Russian love their children too

How can I save my little boy, from Oppenheimer's deadly toy?
There is no monopoly of common sense,
On either side of the political fence.
We share the same biology.
Regardless of ideology.
Believe me when I say to you:
I hope the Russians love their children too

There is no historical precedent,
To put words in the mouth of the president.
There's no such thing as a winnable war.
It's a lie we don't believe anymore.
Mr. Reagan says "we will protect you"
I don't subscribe to this point of view.
Believe me when I say to you:
I hope the Russians love their children too

We share the same biology,
Regardless of ideology.
What might save us me and you,
Is that the Russians love their children too.



Bom fim de semana

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