Olha, perdemos...
Mas digam-me: que raio temos de mudar por causa disso? Por causa disso, nada. Estou só triste, não estou desesperado, nem desmotivado. A tristeza faz parte da vida, com superior probabilidade quando nos colocamos "em jogo", porque podemos sempre, nessa condição, ganhar ou perder. Os outros também jogam, caso não se lembrem.Manuel Serrão e alguns amigos dele, que os há (deve haver, estranhamente), podem vir dizer que o golo da Grécia foi por culpa do Ricardo, ou do central ao primeiro poste. Evidentemente que Manuel Serrão achará que a culpa foi do guarda-redes maldito, que não devia lá estar. Era o Baía que sim. E o Deco e o Ricardo Carvalho, que lá estavam também? Não vale? Até terá sido culpa do Ricardo, em parte. Mas se Ricardo não tem defendido o penalty contra a Inglaterra e convertido o seu, a seguir, ficaria por provar que estaríamos, sequer, na Final. Nem contra a Holanda jogaríamos, ó botelhões do unto! É sempre fácil ter razão "pela negativa": "Não, assim, não vamos lá!...". "Não, isto está visto que não dá, deviam meter era o Ambrósio em vez do Joaquim!". É burrice. É de saloio. Já se sabe que um dia, por muito que a gente se esforce, a corda parte. Podia ter partido a corda grega, mas não calhou assim. Resistamos a encontrar culpados, sempre culpados, para quando as coisas não nos correm como queremos. Muito menos num jogo da bola. Um jogo da bola é importante só quando se perde? Se se ganhasse é que era só futebol?
Mais conclusões, se as quiserem, vão às colunas VIP, às revistas VIP, aos bares VIP. Aqui só vão encontrar disto. Assim limpinho.
O Brasil também perdeu um Mundial em casa, há muitos anos, ainda faltavam alguns anos para eu nascer; e era melhor que o Uruguai, o Brasil. E que não fosse, perder é lixado. Os uruguaios ficaram contentes, como os gregos devem estar agora. Os brasileiros muito desiludidos e tristes, como nós agora.
É futebol. É a vida. Faz parte.
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