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2.7.04

Os nomes todos

Duvido que alguém, um dia, na televisão, se referisse a mim pelo meu nome todo. Está bem, duvido que alguém, um dia, se referisse a mim na televisão. Excepto se eu fosse arguido, cúmplice, ou vítima idiota duma coisa qualquer. Mas, vá lá, supondo que se referiam a mim, podemos imaginar? Muito bem: nunca me chamariam pelo nome todo. Está bem, eu sei que tenho seis nomes, dois só meus e quatro da famelga, mas o próprio D. Duarte tem muitos mais e ambos sabemos que isto não honra ninguém, nem dificulta nada. Sim, eu sei disso tudo.

A plenitude polit/festeuro.futbolpolitik@whereverIgoIam.pt atinge-se, merecidamente, quando nos chamam pelo nome todo. Isto é uma certeza absoluta. Ora vejam o que se passa com ele!
Está bem, há aqui um acidente. Se ele se chamasse, por exemplo, Joaquim Romualdo Agapito Léu seria, seguramente, até na despedida, Joaquim Léu. Mas ele tem a sorte de ter um nome que faz os amigos despedi-lo em tom litúrgico. O português mais importante, aquele que, ultimamente, é referido (como se nos remetessem a uma lenda) como José Manuel Durão Barroso, sai pela porta pequena, lá isso sai, mas sai ornamentado do seu nome todo, referido entre lacrimejos de saudade eterna e citrina devoção. Caramba, que plenitude de sacrário!

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