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31.7.04

O princípio da escassez

Há uns dias publiquei aqui um pequeno diálogo, real, que se passou entre um adulto e um menino de oito anos. Retirei, da resposta, a densidade própria dos pensamentos lineares, do humanismo caótico, do altruísmo inato e involuntário. De tão genuína, redunda na desconstrução da pergunta e transporta-a ao núcleo básico e fundamental das relações.

Reparo, então, que quando se pergunta ao Médico Explica para que servem os IPOs ele responde assim: “os IPOs existem para diagnosticar e tratar dentro da medida do possível. Enquanto "perdem tempo com a paliação" podem atrasar-se diagnósticos dos quais podem resultar remissões completas com terapêutica atempada”. Quando se confundem princípios com contingências o essencial torna-se, fatalmente, acessório; e com o que é acessório, de facto, não se perde tempo. É tão lógico concluir que, quando alguém está doente, tanto quer ser curado como não quer sofrer - as duas vertentes, repare-se, não totalmente sobrepostas desse estado - como é assustadoramente fácil distorcer esta lógica, de forma aparentemente didáctica e em nome da escassez de recursos.

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