Músicas
Passei muitos anos da minha vida a ouvir os Dire Straits. Acompanharam-me tardes de praia, noites compridas, estudos à pressão em madrugadas pré-exames. Descobri-os sozinha, casualmente, num programa antigo de televisão do tempo em que a RTP tinha todos os brilhos dos exclusivos. Um teledisco (aquilo a que hoje chamam "clip musical", assim como agora se chama "world music" ao que dantes se associava ao Demis Roussos - eu não me calo com isto, bem sei) de "Tunnel of Love", que eu vi distraidamente. Achei-os um bocadinho bera, naquele momento. O Mark Knopfler ainda tinha aquele ar sujo e mal lavado que perdeu com o avançar da idade: hoje, tem o mesmo ar respeitável do Roger Waters, o que é muito mais do que se pode dizer do Mick Jagger.Tempos depois, gravaram-me o album todo - Making Movies - numa cassete, a proto-história das gravações caseiras. Passei a ouvir "Tunnel of Love" quase obsessivamente. A letra conta uma história muito bonita. Com o tempo, comprei todos os albuns (quase todos, enfim), até descobrir outros músicos e outras músicas que me fizeram esquecer a guitarra, às vezes muito doce, do Mark Knopfler. Brothers in Arms é, sempre será, uma pacificadora canção de embalar. E ontem, na TSF, passou "Tunnel of Love". Ainda sei a letra toda.
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