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5.7.04

Portugal, quo vadis ? (II)

A fisiopatologia da crise política que atravessa o país, é necessáriamente multifactorial. Tem acontecido tanta coisa, têm sido ditos (e escritos) tantos disparates, que esta agitação toda só pode gerar reflexão, mudança. E a mudança só pode trazer melhorias - pior que os nossos políticos não creio haver! A forma de estar da generalidade dos políticos é conhecida por todos, e tem de mudar! E somos nós, cidadãos comuns que temos que lançar o grito de revolta.

Este post vem a propósito do frémito que percorre o país, pela possibilidade de ter PSLopes á frente dos destinos do governo. Toda a oposição, uma grande parte do PSD e do CDS / PP, reage negativamente a essa possibilidade. Porquê? Porque o percurso político de PSLopes está intimamente ligado á noção de incompetência, mediocridade, populismo. E agora fala-se muito de populismo em sentido negativo, sendo PSLopes um dos seus icones principais. De repente o país descobre que pode ser governado por um político irresponsável, incompetente, populista no mau sentido. Se calhar, como muita gente, não tenho opinião formada sobre PSLopes. Admito que não gosto da sua forma de estar e trabalhar (os resultados conhecidos são desastrosos), tanto mais que pago escrupulosamente os meus impostos, e julgo-me no direito de saber o seu destino. O que me chateia sobremaneira, é a forma despurorada com que os senhores da política nacional, nos revelam que só agora descobriram que há a possibilidade de um medíocre, incompetente nos poder governar. Parece que não foi eleito para PCâmara, não foi eleito para nº 2 do PSD, etc, etc. Como dizia o meu avô Zé: "Alguém o lá pôs!".

Por (de) formação pessoal, até lhe darei o benefício da dúvida. Mas caros compañeros, não é verdade que a nossa sociedade, a nossa administração pública, está "atulhada" de milhares de PSLopes (enquanto designação com conotação negativa) ? Infelizmente poderia falar (muito) da minha experiência hospitalar, sobre esta matéria: o que é ver indivíduos sem percurso profissional, sem contributo institucional relevante, sem trabalho suplementar em prol do desenvolvimento hospitalar, sem mérito curricular cientifico / pedagógico, alcandorados no topo das respectivas carreiras - e que só vão buscar ás instituições os respectivos benefícios, mas nem sequer assumem na prática as responsabilidades das funções equivalentes ao grau que ocupam. Depois vemos o que acontece aos serviços hospitalares, aos hospitais em geral. Alguém trabalha, e quem trabalha são sempre os mesmos! Os que não o fazem, com certeza que arranjam muitas boas explicações para não o fazerem. Porventura uma delas, é que a culpa seja dos outros!

Depois deste verão muito "quente", estou em crer que Portugal será, seguramente, um país melhor, mais precavido, mais inteligente, menos complicado.

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