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5.7.04

Portugal, quo vadis ? (I)

Os meses de Junho e Julho de 2004 têm sido extremamente ricos de acontecimentos, o que contrasta com a habitual monotonia com que este país mergulhava no período de férias. A mudança é potencialmente geradora da melhoria. E oxalá que se transformem em experiências enriquecedoras (a todos os níveis) que permitam ao país, dar saltos qualitativos aos mais diversos níveis.

1. O Euro 2004 foi uma organização envolta em polémica, discutível em termos de oportunidade de concretização de dez novos estádios, num país que atravessa uma grave crise económica. Se do ponto de vista desportivo foi um sucesso tremendo (vice-campeões europeus), do ponto de vista organizativo é habitual a excelente qualidade dos portugueses em mega-eventos, assistimos a uma mobilização do país em torno da nossa selecção sem precedentes - transcendemo-nos literalmente. Ver famílias inteiras a assistir a jogos de futebol em estádios portugueses, é algo que, para mim, era impensável. Evidentemente porque o nível de todos os intervenientes é outro, muito melhor que o nosso mundo habitual do futebol português!. Agora é tempo de pensar em mudar: as mentalidades do nosso futebol, o bacoquismo dos nossos dirigentes, e rentabilizar desportivamente os nossos estádios. "Estádios ? Estádios é que não são! São campos de futebol!" Prof Moniz Pereira dixit. Vamos todos acreditar que, o futebol português, vai mudar para melhor!

2. A Final: estou de acordo com o que foi dito neste blog. O saldo é extremamente positivo, dobrámos o cabo da boa esperança, falta-nos ainda chegar á India. E temos de continuar a elevar o nível da fasquia das nossas ambições: somos capazes de ganhar tudo! Como se demontrou nestes anos (FCP, Selecção...) parece ser uma questão de inteligência / mentalidade. Não posso é deixar de me sentir com muita azia, por ter sido vencido por uma selecção como a Grécia. Já tinho sido referida aqui na blogosfera, a sagacidade de raposa velha de Otto Rehhagel. lamento que todas as selecções que se cruzaram com os gregos, caíssem na esparrela: a grécia não produz jogo, destroi, só defende, e partem sempre para o contra-ataque - confesso aqui a vontade imensa que ontem tive, de ter J Mourinho a Seleccionador ! Ainda por cima fomos a selecção que teve o previlégio de os defrontar duas vezes e, portanto, aprender com os erros cometidos.
- Quando vi a primeira parte percebi logo o que ia acontecer. E nada nos correu bem: o meio campo a não funcionar - o Figo deveria ter sido substituído logo na primeira parte, o Deco foi uma sombra do habitual, a insistência num Pauleta inexistente, o frango monumental do Ricardo (deixa-me dizer-te uma coisa besugo, como ex-jogador de futebol: num pontapé de canto em que a bola parte de frente para o jogador, e é lançada para a pequena área - quem tem possibilidades de fazer o movimento de trás para a frente - ou seja os defesas e o guarda redes - têm obrigatóriamente de ficar sempre donos do lance. O guarda-redes tem a vantagem de poder agarrar a bola com as mãos. Aquele canto é sempre do Ricardo. Não tem desculpa nenhuma). Estratégicamente o jogo foi desastroso para Scolari. Apesar de considerar o saldo final favorável (dou 18 valores) não gostei de perder assim, com uma equipa destas! Preferiria morrer em campo, sangue na areia, sol escaldante, música de fundo dos 7 Magníficos, "tão-a-ver?"
- Apesar de tudo, estou orgulhoso (e muito) pelo comportamento da nossa selecção.

3. Mundial 2006: Scolari á frente da selecção estou tranquilo - vai ter tempo de formar um grupo de jogadores com outra mentalidade. Vamos continuar a ter as bandeiras nas varandas das nossas casas, vamos ser cada vez melhores portugueses.

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