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22.7.04

A lógica tratada como se fosse um tubérculo

As premissas blasfemadas (sexos à parte, para não insistirmos no tema recorrente - mas justo - da "discriminação da mulher"), foram estas:

1 - Um funcionário público português ganha mais 37,6% do que um trabalhador "equivalente" no sector privado.
2 - Não se vislumbra, espreitando por blasfemo óculo, nenhuma "anormal eficiência" nos funcionários públicos que justifique a discrepância salarial com os seus "colegas" do sector privado.

Estas duas premissas (a 2 era, de facto, uma premissa; só que aparecia camuflada de "conclusão alternativa ridiculamente falsa" , para fazer brilhar as verdadeiras conclusões blasfemas, que vão já a seguir:

Conclusões blasfemas:
1 - Os funcionários públicos estão a ganhar mais do que merecem.
2 - Isto é, tal e qual, como se pagassem impostos a menos.

Eu tiro outras conclusões (até porque se depreende do artigo do "Público" que se está, ali, a falar dos trabalhadores que auferem salários mais baixos, em ambos os sectores), em alternativa:

Conclusões de besugo:
1 - Os trabalhadores do sector privado parecem ganhar menos do que, se calhar, mereciam.
2 - Provavelmente, ambos os grupos de trabalhadores (do sector público e do sector privado) deveriam ganhar mais, que a vida é difícil para todos. E mais niveladamente.
3 - Os liberais gostam de apontar o dedinho acusador a quem não tem outro remédio senão pagar os impostos "todinhos", logo à cabeça. E não são só os funcionários públicos que entram, religiosamente, "pela madeira adentro": são a maior parte dos trabalhadores por conta de outrem, em ambos os sectores. Como se vê, é um dedinho que não consegue tapar, aos olhos de ninguém, quem é que tem potencial para nos penalizar a todos, trabalhadores do público e do privado, em matéria de não pagamos: são os profissionais liberais (que não são todos ideologicamente liberais, eu sei), as empresas e os empresários. Entre outros.

Há quem lhes chame, às empresas e empresários, a "mola real do país". Se calhar são, mas a verdade é que, pelos vistos (e concluo isto do que li no Blasfémias), pagam mal aos que utilizam para ficarem ricos. Desculpem, lá ia eu: pagam mal aos que utilizam para enriquecerem o país! Eu confundo sempre estes dois conceitos porque sou incrivelmente mal formado.

Ora, tubérculos!

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