blog caliente.

14.6.04

Vamos a ver

Já li e ouvi muitas coisas sobre o recente Portugal-Grécia (sobre as eleições ainda tenciono ler e ouvir). E ainda não consegui digerir aquela má estreia, para dizer a verdade.
O processo de digestão é um complexo conjunto de mecanismos (fisiológicos, bioquímicos, etc.) que não vem agora ao caso. Mas essa cascata de acontecimentos costuma resultar, em tempo razoável, numa agradável sensação de "estar pronto para outra": outra refeição, outro petisco.
Penso que o meu particular problema, neste momento, é mesmo este: ainda não estou pronto para outra. Mais: temo que a nossa equipa também ainda não esteja. Num cenário ainda mais pessimista, receio que nem sequer venha a estar. Pronta para outra.

Andei a fazer uma pequena leitura por meia dúzia de "sites" desportivos e, na "Marca", encontrei isto. Eu já tinha ouvido uns "zunzuns" mas, aquilo dito daquela forma, fez-me pensar que "tu queres ver que é mesmo verdade?". Aquilo, resumido, dá conta da reacção de Figo ao assinalar do penalty contra Portugal (terá querido abandonar o campo, gesticulando, o que pode ser especulativo) e, fundamentalmente, assinala como verdadeira uma espécie de cisão entre um grupo de jogadores lusos (Rui Costa, Figo e Fernando Couto) e os restantes companheiros, no que respeita à presença de Deco no grupo. Uma declaração recente de Figo, se entendida como uma "alfinetada" no "brio patriótico" de Deco (e, eventualmente, de quem sancionou a presença do luso-brasileiro na Selecção), parece suportar, em parte, as afirmações da "Marca". Levanta, pelo menos, a eterna (e, algumas vezes, injusta) questão do "fumo" e do "fogo"...
Ainda segundo o jornal espanhol, alguns jogadores portugueses mais novos (e menos marcantes, hoje por hoje) apenas não terão expressado publicamente o seu apoio à presença de Deco por receio da reacção das chamadas "vacas sagradas"...
Enfim, haverá algum exagero nisto tudo, não sei...

Mas o mais preocupante, o mais indigesto, acaba por ser isto: então, em meses e meses de preparação, de concentrações, de jogos, de estágios e mini-estágios, não se resolveu de vez, na cabeça dos jogadores, o problema Deco? Ainda estão onde estavam aquando do célebre Portugal-Brasil, de boa memória, que assinalou a estreia do portista na Selecção, logo com um golo? Ainda vão aí?
É que se ainda vão aí, passado tanto tempo, meus amigos: parece-me difícil que vão muito mais longe.

Vamos a ver.

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