Cantina III - O que devia ser !
Ministério da Saúde – Normas de funcionamento das Cantinas Hospitalares (adaptação do Colégio Católico Brasileiro – Instituto Dom Barreto)"A ida frequente ao bar e, sobretudo á cantina, como parte integrante das atribuições do dia-a-dia, é um factor de influência decisivo no rendimento dos profissionais de saúde, fundamentalmente dos médicos. É por isso que ela merece as mesmas atenções que se dispensam á organização e gestão dos diversos serviços, incluindo o fardamento e equipamento. Na verdade, merece mais atenção: a boa alimentação é um factor indispensável à saúde; as horas do pequeno almoço, café da manhã, almoço, café após almoço, lanche, bolo antes do jantar e do jantar, são as horas de reunir o útil ao agradável - repor energias (utilizadas no esforço durante as horas de consulta de processos clínicos, revisão de análises e debate sobre o futebol no fim-de-semana) em locais de absoluta higiene, confortáveis e bonitos, bem cuidados por pessoas atenciosas e rigorosamente limpas.
O ideal seria que, por exemplo, o lanche do médico, fosse preparado diáriamente em casa, com os padrões de qualidade e os requerimentos nutritivos adequados (combinando proteínas, açúcares ou carboidratos, gorduras, sais minerais, vitaminas e fibras), atendendo-se dessa forma às suas exigências do cônjugue relacionadas à segurança alimentar.
Ao deixar de proceder assim o cônjugue, acaba por transferir essa enorme responsabilidade ao hospital. Uma tarefa muito delicada, como se vê. Longe do controle directo da esposa e a caminho de crescente e necessária independência, o médico descobre muitas novidades. Incluindo as enfermeiras estagiárias, do piso sete, enfim guloseimas que enchem os olhos (e muitas vezes a barriga), mas que nada têm que ver com os princípios nutritivos, ardorosamente defendidos pela administração e pelo conjugue. O mais grave é que - livre para escolher, influenciado pela companhia de novos amigos e diante de tantas tentações - ele nem sempre decide pelo melhor !
É fácil, portanto, perceber porque a cantina hospitalar deve ser eminentemente ética, primando-se por ser um local de absoluta segurança. O que exige, de imediato, que os funcionários que nela servem sejam da mais absoluta confiança da administração do Hospital e sejam pessoas que gostem de gente, sobretudo de médicos. Isso para que possam corresponder à responsabilidade que o Hospital tem para com o médico: de não expô-lo à tentação e de contrabalançar as influências (daí, por exemplo, a proibição do consumo de “bombons” e “gomas de mascar” ou aspirar “pó branco” ou “farinha maizena” - que além de poder interferir no apetite e, por conseqüência, comprometer a saúde, por outro lado, é um instrumento de distracção; os “pirulitos” e bebidas brancas são proibidas para evitar acidentes, assim como os refrigerantes em garrafas de vidro); de oferecer-lhe, para além de preservativos de qualidade comprovada, uma merenda selecionada, básica, nutritiva; de oferecer-lhe produtos de qualidade, sem quaisquer riscos de contaminação, preparados com ingredientes confiáveis e acondicionados de maneira adequada; de proporcionar-lhe um bom atendimento, incluindo desde a gentileza no tracto até os cuidados indispensáveis (podem ser intensivos) com a higiene pessoal para bem servir e com a higiene das instalações e dos instrumentos de trabalho. A cantina é fundamental como instrumento pedagógico. Deve-se entender também que o uso da cantina é de livre opção. É mais um serviço oferecido pela administração hospitalar e administrado diretamente por ela. Donde, o rigor no controle dos fornecedores, incluindo os de salgados, sucos, bolos, refrigerantes e sorvetes.
As motivações relacionadas ao controle sanitário da área da cantina levou inclusive a administração hospitalar - pioneiramente - a requerer a presença das autoridades sanitárias para fins de inspeção, tendo em vista os padrões estabelecidos pelo código sanitário do Grupo Português de Controle de Infecção Hospitalar.
O Hospital confere à cantina o valor e a importância que ela efectivamente tem. E cada pessoa responsável pelas atividades da cantina é parte deste bem inestimável, compreendendo a segurança alimentar e a saúde. E tem que se empenhar, todo dia, para conservá-lo. Isso nos deixa particularmente orgulhosos. A cantina é um bonito cartão postal do Hospital.
Assim, a alimentação ingerida pelo aluno na Escola é controlada (quando adquirida na cantina) e acompanhada, sobretudo na Educação Médica (quando trazida de casa). O princípio que informa o padrão sanitário é o respeito ao profissional de saúde. É absoluta a higiene das cantinas e de suas áreas contíguas. Os funcionários são devidamente uniformizados, portando crachás de identificação e bonés na cabeça. Os alimentos são protegidos do contato com as mãos por embalagens plásticas."
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