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25.2.04

FCP ou os clássicos da bola

Acompanhada por um dragãozinho irreversível, assisti aos noventa (e três) minutos de jogo, o que me permitiu obter uma razoável percepção da relação de forças das duas equipas. Os ingleses pagaram caro o excesso de auto-confiança que, no caso deles, é provavelmente inevitável. Suponho que é difícil ser-se humilde quando se tem o mundo aos pés. Já os portistas deslumbraram-me pela efectiva vontade de ganhar. Hoje, pela primeira vez, pensei no Porto como uma dessas equipas intemporais, cujo prestígio permanece mesmo quando perdem jogos, campeonatos ou taças. Hesito em atribuir ao José Mourinho, parte, ao menos, do mérito deste élan portista, sobretudo porque não lhe vi um pingo de emoção quando o MacCarthy meteu o primeiro golo. Provavelmente é apenas um vaidoso mercenário; provavelmente é, sensatamente, contido e cauteloso. Não sei, e isso nem sequer me parece relevante, porque o brilho épico da equipa Portista transcende qualquer minudência mais ou menos arrogante ou mais ou menos mesquinha de cada um dos seus membros individualmente considerados. Julgo não ser exagero afirmar que, de ora em diante e enquanto houver competições internacionais, o Futebol Clube do Porto inspirará um subliminar e temeroso respeito aos futuros adversários, mesmo quando estiver tão pouco inspirado como hoje estava o ilustre Manchester.

OK, isto pode ser tudo um enorme exagero. Mas, que querem, eu percebo pouco de futebol.

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