História de encantar
Esta manhã, ouvi na TSF um americano a declarar, triunfante,
"we got him!" com aquele típico sotaque anasalado dos
boys from america. Soube, então, que a sua audiência, presumivelmente cheia de defensores da democracia e dos direitos fundamentais dos iraquianos, gritou histericamente de alegria pela boa nova. Que bom. Logo agora, durante a quadra natalícia, temos a exultante notícia de que o eixo do mal está mais fraco. O Natal dos democratas solidários de todo o mundo há-de ser, este ano, mais feliz porque Saddam, que nas fotos aparece agora com aspecto de
homeless ou, para quem quiser fazer dele um herói da resistência, com pinta de guerrilheiro sul americano, foi finalmente capturado. E os ditadores, como ele, têm sempre o tratamento que fizeram por merecer. Já se fala de pena de morte. Todos os maus, como acontecia nos filmes de cow-boys, hão-ser,
sooner or later, apanhados e castigados. O bem triunfará, mas só para quem estiver do lado do bem. Ou do lado do Bush, por outras palavras. Nunca o mundo esteve tão próximo de se tornar um lindo conto de fadas.
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