blog caliente.

18.11.07

vírgulas e admirações

Já vos disse: desde que saiu o Sol voltei a ler o Expresso.

Na revista desta semana, entre outras coisas, li esta tarde que Vasco Pulido Valente (mais uma entrada no google para o senhor azedo, já agora) chama Mena Mónica à Maria Filomena Mónica (MFM).

Eu achei graça porque, se quando lhe saiu - à MFM -, e eu a li, a biografia do Eça, nunca me passou pela cabeça chamar-lhe Mena Mónica, já quando ela publicou o Bilhete de Identidade e eu o li - e a lolita sabe disto melhor que ninguém - passei a referir-me a ela, à MFM, naquele despudor da minha "montanhice besugal", como Mena Mónica. Intimismos bacocos e barrocos que nunca se sabe se partem de quem escreve se de quem lê. Certo?

Agora, saber que Vasco Pulido Valente se refere a MFM como Mena Mónica, em entrevistas biliares, muito neuronais e um bocadinho pancreáticas, dá-me uma estranha sensação de andar aqui a ser um dos mais íntimos "voyeurs" de dois seres amargos, inteligentes, azedos, ácidos, ternurentos, básicos, com talento e, acima de tudo, com alguma estrada para trás. De ambos.

Já as opiniões de Vasco Pulido Valente sobre os livros de Miguel Sousa Tavares não me interessam muito, mas as minhas sobre seja o que for também não devem interessar a nenhum deles. Já as opiniões de Vasco Pulido Valente sobre Sousa Tavares interessam a Sousa Tavares e, verdade seja dita, as de Sousa Tavares sobre Pulido Valente importam a Vasco Pulido Valente. Isto é claríssimo.

Eu venho sempre aqui relativamente despido, e olhem que está frio. Eu digo aqui que não li o Equador, tentei ler, mas não gostei, pus de lado. Gostei do "... David Crockett" (que tenho de devolver um dia destes), excepção rara. Dos romances de José Rodrigues dos Santos também não gosto, ofereceram-me dois, coisas pastosas e maçudas de documentadas; nem gosto doutros que agora nem me lembro, nem quero lembrar-me, estão para aí e tenho-os para aqui aos molhos.
Tenho, do romance, uma noção de "coisa mais observada e cismada e sentida e vivida e fingida e escrita do que pesquisada".
Saindo do romance, mesmo do histórico.
Isto tudo para dizer que quando Vasco Pulido Valente parir a sua biografia de Eça lhe darei o mesmo trato que dei à que escreveu, também de Eça, a Mena Mónica: vou lê-la toda.
Depois, como quando foi da Mena Mónica, vou pensar que "lá está mais um a regressar-se pelo Eça abaixo, sim senhores, isto está muito bem escrito", a menos que Vasco Pulido Valente tenha passado tempo importante da sua vida a escalá-lo, e que ainda esteja nisso, e que isso se note, e que eu tenha de vir bradar aqui, depois, um entusiasmado "Ena!!".

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