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27.6.07

Marx no pós-modernismo

Não vejo muito bem que espécie de protecção no trabalho merecem os relapsos e os acomodados. Ou aqueles que acreditam que antiguidade não só é posto como estatuto inviolável, sempre que antiguidade significa mergulhar num processo de fossilização ad eternum (ou ad reformum) sem nada acrescentarem ao que sabiam no primeiro dia em que se apoderaram do do posto. Nunca percebi muito bem que tanta gente aparente estar pendurada no emprego, como se um emprego que lhes toma metade da vida activa fosse um mero resíduo das suas vidas, sem dele tirar partido para se construirem e para se reconhecerem. Reconheço e valorizo o mérito de quem teve a ambição de organizar meios para gerar riqueza, justapondo os próprios tostões na ordem certa para conseguir a alquimia de tranformar os tostões em milhões, dos quais paga a quem lhe vende a força de trabalho.

Há muito menos ideologia do que se pensa nas relações de trabalho. É quase tudo redutível a ideias simples, banais e dicotómicas: ambição/acomodação, temerosidade/conservadorismo, empenho/desinvestimento. Há, de entre trabalhadores e empresários, pessoas com qualquer uma destas características.

Deixemo-nos, pois, de causas absurdas, de protecções exorbitantes. Os empenhados nunca serão tramados, sejam eles os detentores do capital ou meros meios de produção. E penalizem-se os parasitas, estejam eles onde estiverem (sendo interessante notar que esses, em geral, se dedicam à política).

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