A meseta, por exemplo, é ibérica.
O nacionalismo português é vazio e sobranceiro. Revela-se
neste orgulho ressabiado, quase invejoso, que invoca uma putativa intenção castelhana de nos transformar em mais uma comunidade autonómica. O iberismo, se significar a história e a cultura comuns dos dois países, não só não é incompatível com a identidade nacional como a engrandece. Mas cá cultiva-se esta pequenina mesquinhez estéril, da pátria absoluta desgarrada da península. Aquela sondagem em que quarenta e tais por cento dos inquiridos declarou agradar-lhe a ideia de juntar os dois países é prova suficiente: questionados sobre se gostavam de ser espanhóis, os portugueses dizem
que sim, que até era engraçado para variar. Se isto é o tal orgulho pátrio, então esqueçamos esse improvável iberismo histórico-cultural e deixemos o chavão para o Mário Lino, para que ele se entretenha com
las inversiones de betão e catenária em Castilla-la-Mancha.
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