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25.10.06

Corajosos, mas só dentro do bunker

Um fenómeno interessante e, ultimamente, frequente é o da acusação de plágio. Desta vez é com o Miguel Sousa Tavares, de quem se diz - não se sabe quem - que plagiou prosa alheia no Equador.
O tema suscita-me dois ou três comentários.

Antes de mais, o do anonimato. Como sempre sucede, o anomimato foi apenas o meio escolhido para acusar de forma impune. Do que se lê, trata-se de gente torpe e obsessiva, que quis manchar o MST saindo ilesa porque não identificada. Pode até ser alguém que ele conhece, ou que dele depende. Ou a quem ele faz sombra, sem saber.
Mas não é o anonimato, note-se bem, que gera este tipo de inveja envenenada, mas antes a falta de qualidade moral de quem o tem, ao anonimato, ao dispor da própria aleivosia. Assim como sucede a quem tem uma arma ao dispor e dispara sem critério. Ou um qualquer energúmeno que se aproveita de fraquezas alheias. Permanecer anónimo é um direito, com os correlativos deveres do exercício do direito de se manter anónimo.

Impressiona, por outro lado, a infinita dedicação destes acusadores sem cara a uma causa de que o único sucesso que retiram é o da desacreditação alheia. Apropriam-se da moral, da justiça e do bom nome dos outros, que tentam fazer seus, arvorados em paladinos da reposição da verdade.

A sensação de que se podem punir, e de que efectivamente se punem os prevaricadores é indispensável para quem distingue o justo do injusto. Não é quando um adolescente criado no Bairro do Cerco do Porto é preso por assalto à mão armada que sentimos que se faz justiça. Mas já o é quando assistimos a uma brigada de trânsito a interceptar um pintas de Audi GT que faz da VCI uma corrida de obstáculos (como eu tive o grato prazer de assistir). Ou quando a brigada de criminalidade informática da PJ puder localizar o(s) autor(es) desta torpeza e lhes tirar a máscara. Assim espero venha a suceder.

Não li o Equador, mas li as crónicas do "Não te deixarei morrer, David Crocket", que, como se sabe, o besugo nunca mais me devolveu. E, como me lembro bem da crónica que lá está sobre o ilustre Francisco Sousa Tavares, escrita como só um filho chamado Miguel Sousa Tavares podia escrever, estou imune às manchas com que o queiram sujar.

Há uma outra perspectiva interessante sobre este lamentável assunto, descrita de forma certíssima aqui.

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