Várias coisas ...
Enquanto a lolita e o besugo digerem a azia que o empate lhes provocou (mais ao besugo que à lolita, como é patente), aproveito a deixa para falar de algumas coisas. Conforme segue:1 - De referendos - Estou expectante quanto ao que isto vai dar. Encaro, com naturalidade, que desta vez a vitória calhe ao "sim" e que, portanto, passe a ser pago com o dinheiro dos meus impostos um acto que me causa repulsa (o aborto, sem outra justificação que não seja o "porque sim", até às dez semanas. Mas enfim, já é com esse dinheiro que se faz tanta coisa com que eu não concordo, que passa a ser mais uma. è como se fosse viver para os EUA, num Estado que pratique a pena de morte (outro acto que me causa repulsa). Lá pagaria, como cordeirinho que sou num rebanho, também os meus impostos, de entre eles uns tostões para a electricidade da cadeira fatal.
De qualquer modo, estou espectante quanto ao debate. Dizem os jornais que os defensores do "Sim" não vão, desta vez, diabolizar os defensores do "Não", nem insultá-los como foi seu costume na campanha do outro referendo. A ver vamos. Por mim, tenho dúvidas, porque na verdade acho que os defensores do "sim" consideram pouco menos do que "estúpidos, atrasados, beatos, etc." os seus adversários. E quem, no seu íntimo, considera isso, facilmente deixa de argumentar e passa à peixeirada.
Por outro lado, noto uma coisa curiosa, nos pequenos círculos sociais em que me situo. Que em todos eles, mesmo nos mais inesperados, já não estou sozinho a defender o não (não é, no entanto, esse o caso aqui no blog, mas isso é outra conversa). E refiro-me, até, a círculos de gente muito mais nova do que eu. Isso, devo dizê-lo, alegra-me. Não sei a que se deve essa mudança, mas a verdade é que a sinto.
A ver vamos, portanto.
2 - Do Rivoli - a última vez que aqui escrevi, foi sobre esse assuntop. Acabou, como esperado, por falta absoluta de convicção de quem se barricou lá dentro. Eu acho que eles, no fundo, até agradeceram quando os polícias por ali entraram. Sempre era uma forma "digna" de acabarem com o seu protesto. No mais, só é pena é que o Estado ainda não esteja convencido de que a sua intervenção na cultura é - na sua essência - o que impede que se gere uma dinâmica cultural feita de gente com valor. A "subsidiodependência" igualiza todos. E, nestas coisas, já se sabe. O nivelamento é sempre feito por baixo. "No pain, no gain" - assim devia ser e é em muitas profissões e actividades. Mas na cultura, há muitos anos que assim não é.
3 - Do orçamento - ainda não li o texto legal, mas já percebi que o Estado continua a não entender o que é que precisa de fazer para criar dinamismo económico no País. Continua essencialmente preocupado em aumentar a receita, numa voracidade de que só os bancos - vá lá saber-se porquê ( ...) - escapam. Adivinham-se dificuldades para as pequenas e máedias empresas e empresários. Cumprir com o que está proposto é economicamente quase inviável. Não cumprir assume, neste momento, riscos tais que o melhor mesmo é tentar um empregozito e não ter veleidades de se ser patrão.
4 - Iraque - Li no outro dia que o Bush admitiu uma comparação entre o Iraque e o Vietnam. Admitindo que o não fez por lapso, essa "admissão" assume uma enorme importância. Estarão os USA a preparar-se para sair? É difícil de conceber tal coisa, até pelos perigos enormes que daí adviriam (apesar de que muita esquerda, tão acefalamente anti-americana, é isso que reclama). Mas que alguma coisa se está a passar está. E eu não sei o que é. E isso, como diria o Pinheiro de Azevedo, "chateia-me".
5 - E mais nada ... que se faz tarde.
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