Antes da bola, já que se falou ontem de Toñitos.
O direito de reserva é como o dever de reserva. Temos o direito e o dever, por exemplo, de não mostrar o cu a eito. O cu ou a cabeça. O direito e o dever: ambos.A reserva, aqui, não é como nos vinhos: toda a gente sabe que um vinho que ostente "Reserva" no rótulo não deixa de ser a merda que calhar ser, apenas por ter lá isso da "Reserva" apenso. Não. Isso é apenas para o mercado. Para os imbecis. Pega-se numa merda qualquer, põe-se-lhe um rótulo a dizer "Reserva", ou mesmo "Super-Reserva", e espera-se que aquela merda passe a vender-se melhor por ter lá a escrevinhice. Mas não passa disso. Claro, há sempre quem compre as reservas dos outros, há sempre quem aceite dos outros, com risinhos, a miséria dos outros rotulada; exposta. Há sempre gente disposta a ajudar, cacarejando ou rindo, a vender um produto fatelas.
Cada um reserva para si o que entende. Há quem não se reserve, não se preserve, não reserve os outros, os não preserve, há quem não consiga mais do que essa estranha e paneleira porcaria de putéfia de espalhar o chiqueiro doido da sua cabeça à sua volta.
Eu, no dia em que alguém em quem eu um dia tivesse confiado, não reservar de mim, não preservar de mim - merda que eu seja - o que eu quiser que seja preservado, reservado, parto-lhe os cornos.
Se um dia eu souber, de certezinha, que alguém fez isso a pessoa minha, amiga e boa, uma que eu preze, fodo os cornos a esse alguém, também. Procuro-o, digo-lhe ao que vou e depois vou-lhe.
Depois levem-me preso. Chamem a polícia.
Mas não serei nunca eu a ir dormir com o chefe da esquadra suburbana, como fez a puta da anedota.
Bom. Vamos antes à bola.
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