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14.9.06

marca, paula...

Miguel Veloso foi, ontem, contra o Inter, um dos melhores jogadores do Sporting. Já tinha sido dos melhores contra o Nacional. Olha, agora foi contra o Internacional, é curioso.

Jogador completamente diferente de Custódio (com quem foi comparado por um cómico que publica coisas), Veloso é rápido, duro nos duelos e possante na progressão - Custódio é lento, menos imperativo no contacto físico e mais frágil na passada e na protecção da bola. Custódio compensa estas lacunas com um excelente sentido posicional.

Qualquer pessoa que consiga ver um jogo de futebol sem estar a pensar no bem que lhe sabia um prato de lentilhas pela boca abaixo, ou um albatroz pela natureza acima, percebe isto. E que ambos se complementarão excelentemente no meio campo do Sporting, se calhar jogarem juntos: até no contraponto cromático da capilaridade exposta.

Há cómicos que não enxergam bem, nem no meio das suas risadas, nem submersos no ruído das que provocam nos outros. Isto aceita-se, cada um é como cada qual. O maradona com minúscula, por exemplo, é cómico. E é sabido que uma abundante e desordenada agitação do diafragma pode perturbar a visão de muitos galhofeiros, emissores e receptores da galhofa, por excessiva abanação dos nervos ópticos e da restante trama sensorial acessória à visualização.

Posto isto, que não seja o facto de determinadas entidades deambulantes serem - praticamente -cegas funcionais para as coisas do esférico, a impedi-las de fazerem duas coisas: de publicarem e de serem cómicas.
E que não seja, também por essa lacuna futeboleira - ainda que exibida de forma pouco galharda e, quase invariavelmente, disfarçada de uma espécie de fastio, que oscila entre o "eu percebo disto aos pacotes" e o "eu não ligo um corno a isto"- que alguém os insulte, como já terá acontecido. Mal.
Só por causa disso, definitivamente, não. Os insultos a quem os merece e, apenas, quando os insultados estão a pedi-las. Não antes, nem depois. No tempo certo.

Repito: nada de os impedirem destas coisas.
Já de cagar, pelo menos satisfatoriamente, não se me dava que os impedissem durante alguns dias, desde que recuperassem depois, inclusivamente na hora da pesagem, "onde falamos sempre em inglês" - como diria, ainda hoje, o Dâmaso, se em vez de embasbacar com corridas de cavalos, fosse ver a bola embasbacado, antes de ir publicar, eventualmente aos bordos, o seu embasbacamento.

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